Modelagem da qualidade da água e da capacidade de autodepuração do Rio Pomba.
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ Mestrado em Engenharia Agrícola UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3683 |
Resumo: | A gestão da qualidade da água no Brasil não tem merecido o mesmo destaque dado à gestão da quantidade da água, quer no aspecto legal, quer nos arranjos institucionais em funcionamento no setor ou no planejamento e na operacionalização dos sistemas de gestão. Dessa forma, o principal foco da pesquisa foi contribuir, no âmbito da gestão de recursos hídricos e ambientais, para o conhecimento, em termos matemáticos e experimentais, da qualidade da água e da capacidade de autodepuração do Rio Pomba, utilizando modelos matemáticos como subsídio para a tomada de decisão nos processos de planejamento e gestão dos recursos hídricos. Foram utilizados no trabalho os modelos matemáticos de Streeter-Phelps modificado, QUAL-UFMG e QUAL2Kw para avaliar a qualidade da água e a capacidade de autodepuração, em termos espaciais e temporais, do curso médio do Rio Pomba. A análise espacial compreendeu o estudo da qualidade da água ao longo de nove seções de monitoramento, entre os municípios de Astolfo Dutra e Cataguases, perfazendo um trecho total de 42,8 km, e a análise temporal contemplou os estudos nos períodos seco e chuvoso, entre os meses de outubro de 2008 a janeiro de 2009. Para melhor representar as condições qualitativas dos ecossistemas aquáticos, os mesmos foram calibrados e validados utilizando, respectivamente, 16 e 6 parâmetros de qualidade da água. O estudo da capacidade de autodepuração do Rio Pomba deu-se em função dos resultados gerados pelos modelos de qualidade, principalmente em termos de Oxigênio Dissolvido (OD), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e dos coeficientes de desoxigenação (K1) e reaeração (K2). Os resultados encontrados indicaram que uma das principais fontes de degradação da qualidade das águas do curso médio do Rio Pomba é o lançamento de efluentes domésticos nos dois períodos hidrológicos estudados, devido às grandes concentrações de matéria orgânica encontradas. Durante o período seco, o constituinte de qualidade da água melhor associado à condição de degradação das águas do Rio Pomba foi a DBO, apresentando concentrações da ordem de 5 mg L-1, sendo as maiores concentrações encontradas na cidade de Cataguases, com 13 mg L-1. Nesse município, a concentração de DBO ficou acima do limite estabelecido na Resolução CONAMA 357/2005, estando o curso d’água na condição classe 4. A concentração média de oxigênio dissolvido encontrada no período seco do ano foi de 5,6 mg L-1. Durante o período chuvoso verificou-se melhora na qualidade da água, em termos de OD (6 mg L-1), mas o excesso de matéria orgânica (7,3 mg L-1) e o aumento das concentrações de outros parâmetros de qualidade da água, como sedimentos, fósforo, nitrogênio e coliformes, fez decrescer os níveis satisfatórios de qualidade, impossibilitando o uso dessas águas para algumas finalidades. A situação qualitativa dos recursos hídricos, nesse período, só não se encontra pior devido à vazão expressiva no Rio Pomba, uma vez que ocorre um processo de diluição da matéria orgânica e dos demais constituintes de qualidade da água. Segundo a Resolução CONAMA 357/2005, todo o trecho estudado está na condição classe 3. No trecho localizado entre os municípios de Astolfo Dutra e Dona Euzébia encontrou-se, nas duas condições hidrológicas, a menor capacidade de autodepuração de efluentes, sendo necessário tomar medidas preventivas no controle dos lançamentos in natura de esgotos domésticos diretamente no curso d’água. O modelo matemático que melhor se ajustou aos dados de qualidade de água no Rio Pomba foi o QUAL-UFMG, considerando os períodos seco e chuvoso. Verificou-se que a utilização de modelos matemáticos na avaliação da qualidade da água e nos estudos de autodepuração em rios pode constituir importante ferramenta no subsídio para a tomada de decisão nos processos de planejamento, monitoramento e gestão dos recursos hídricos. |