Fração endógena e recuperação urinária de derivados de purinas obtidas por diferentes métodos em bovinos nelore

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Barbosa, Analívia Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Doutorado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1430
Resumo: Foram realizados dois experimentos utilizando oito novilhas Nelore. No primeiro, objetivou-se avaliar a fração endógena para a excreção urinária de derivados de purinas (DP) em bovinos Nelore alimentados com dieta única em diferentes níveis de oferta de matéria seca (MS), estabelecer a proporção de purinas no abomaso recuperadas na urina como derivados de purinas e verificar o efeito do nível de consumo sobre a produção microbiana (Nmic). As novilhas, com pesos médios de 258 ± 20 kg, fistuladas no rúmen e abomaso, sendo quatro destas fistuladas adicionalmente no íleo, foram alojadas em baias individuais. O experimento foi delineado em dois quadrados latinos 4 x 4, balanceados para efeito residual. Os tratamentos foram constituídos de quatro níveis de oferta da MS 1,2, 1,6, 2,0 e 2,4 % do peso vivo (PV). O experimento foi conduzido em quatro períodos de 14 dias, sendo os primeiros sete dias para adaptação. As perdas endógenas e a recuperação de bases purinas como derivados de purinas foram estimadas por regressão entre a excreção diária dos derivados de purinas na urina (Y) e as bases purinas no abomaso (X), expressas em mmol/kg0,75, representadas, respectivamente, pela intercepta e pelo coeficiente da regressão. As perdas endógenas também foram avaliadas pela regressão entre a excreção de DP, em mmol/kg0,75, e o consumo de MS, em g/kg0,75. Apesar de ter sido obtida uma faixa de variação de consumo de MS de 1,16 até 1,84 % do peso vivo (PV), não foi atingido o máximo planejado de 2,4 % PV. Os coeficientes de digestibilidade aparente total da MS e da MO variaram linearmente (P < 0,05) com os níveis de oferta de MS da dieta, havendo redução de 2,17 e 2,21 % para cada 1 % do peso vivo, respectivamente. O coeficiente de digestibilidade aparente no ID do RNA não foi afetado (P > 0,05) pelos níveis de oferta de MS da dieta, obtendo-se valor médio de 75,63 %. A digestibilidade verdadeira de 92,78 % (P < 0,0001), foi obtida pela regressão entre a quantidade de RNA absorvida (&#374;) em função do fluxo de RNA no abomaso (X), expressos em mmol/kg0,75. A relação média de N-RNA: N-total nas bactérias ruminais isoladas foi de 0,1369. O fluxo diário de RNA (RNA Abo) e a produção microbiana (Nmic Abo) no abomaso em função do nível de oferta de MS da dieta apresentaram comportamento quadrático, estimando-se valores máximos de 1,50 mmol/kg0,75 e 55,20 g Nmic, respectivamente, para os níveis de oferta de MS de 2,43 e 2,45 % do PV. A excreção urinária diária de DP, em mmol/kg0,75, aumentou linearmente (P < 0,05) com o nível de oferta de MS da dieta. Quando foi relacionada com o consumo observado de MO digestível (kg/dia) verificou-se excreção (P < 0,0001) de 34,415 mmol de DP para cada kg de MO digestível ingerida. Quando a excreção de derivados de purinas, expressa em mmol/dia, foi relacionada com o consumo de NDT, kg/dia, observou-se que houve excreção (P < 0,0001) de 32,15 mmol para cada kg de NDT consumido. Considerando o consumo de MS expresso em g/kg0,75 e a excreção de DP em mmol/kg0,75, obteve-se a regressão (P<0,001): &#374;= 0,0196x + 0,2421, sendo que o valor de 0,2421 mmol/kg0,75, ou 0,24 mmol/kg0,75, representa a excreção endógena de DP. A excreção diária de derivados de purinas, mmol/kg0,75, em função do fluxo de RNA no abomaso (mmol/kg0,75) se ajustou à regressão (P < 0,0001), &#374; = 0,8601x + 0,4603 (R2 = 0,661) onde 0,86 representa a recuperação das purinas como derivados na urina e o valor de 0,4603 mmol/kg0,75 representa a fração endógena. A produção microbiana estimada pelos derivados de purinas na urina, expressa em g N/dia, em função do nível de oferta de MS da dieta, apresentou regressão linear (P < 0,05), estimando-se aumentos de 22,80 g Nmic por 1 % de oferta de MS. Conclui-se que diferentes métodos resultaram em estimativas de 0,46 mmol/kg0,75 e de 0,24 mmol/kg0,75, para a excreção endógena de derivados de purinas em bovinos Nelore; que a recuperação das purinas absorvidas como derivados na urina foi de 0,86 e que a digestibilidade verdadeira do RNA no ID, de 0,93, é maior do que o valor assumido na literatura para o cálculo de produção microbiana. No segundo experimento, objetivou-se estimar a contribuição endógena para a excreção urinária de derivados de purinas (DP) e estabelecer a proporção de purinas no abomaso recuperadas na urina de bovinos Nelore por meio de diferentes níveis de infusão de RNA no abomaso. Foram utilizadas oito novilhas da raça Nelore, com peso médio de 296 ± 15 kg, fistuladas no rúmen e abomaso, alojadas em baias individuais, distribuídas em dois quadrados latinos 4 x 4, balanceados para efeito residual. Os tratamentos foram constituídos de infusões de RNA no abomaso nas dosagens de 0, 33, 66 e 100 mmol/dia. Todos os animais receberam a dieta próximo ao nível de mantença durante sete dias com finalidade de adaptação, antes do início das infusões. Em seguida à adaptação à dieta, os quatro períodos experimentais de nove dias cada um, se sucederam com o seguinte esquema: do 1o ao 5o dia coleta de amostras de digesta de abomaso; do 1o ao 4o dia - coleta total de urina e fezes; do 5o ao 9o dia infusão de RNA no abomaso; do 6o ao 9o dia coleta total de urina; no 9º dia do quarto período - coleta de amostras de digesta de rúmen. Dessa forma, antes de fazer a infusão em cada animal, foram obtidos fluxos de proteína microbiana no abomaso usando bases purinas e a excreção urinária dos derivados de purina. Assim, o fluxo de bases purinas no abomaso foi obtido somando-se o valor de cada animal antes da infusão com a respectiva quantidade infundida. Os fluxos de N total no abomaso, N-RNA e RNA antes das infusões foram em média 51,15 g/dia; 5,11 e 35,23 g/dia, respectivamente. A excreção diária de derivados de purinas (&#374;) mmol/kg0,75, em função do fluxo de RNA no abomaso (X), mmol/kg0,75, se ajustou à regressão (P < 0,0001): &#374; = 0,30127 + 0,74143 X, indicando que 0,30 mmol/kg0,75 corresponde às perdas endógenas e 0,74 é a recuperação das purinas absorvidas no abomaso como derivados de purinas na urina.