Avaliação de risco de plantas transgênicas de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) resistentes ao CABMV (Cowpea aphid-borne mosaic virus): fluxo gênico em Passiflora sp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Torres, Leonardo Bolzani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10128
Resumo: O endurecimento dos frutos do maracujazeiro, causado pelo CABMV (Cowpea aphid-borne mosaic virus), é uma das principais doenças da cultura. O controle é difícil, e estratégias baseadas no controle do inseto vetor, em proteção cruzada e na resistência natural tem se mostrado ineficientes. Na busca de uma estratégia alternativa de controle foram produzidas plantas transgênicas de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) expressando um RNA não traduzível correspondente aos genes nib e cp de um isolado do CABMV de Minas Gerais (MG1). Uma linhagem transgênica (TE5-10) se mostrou resistente ao isolado MG1 por meio de silenciamento gênico pós-transcricional, sendo porém suscetível a um isolado de Pernambuco (PE1). Este trabalho teve como objetivos estimar o potencial de fluxo gênico em maracujá- amarelo e estudar a herança da resistência na linhagem transgênica TE5-10. Para o estudo de fluxo gênico foi implantado um cultivo experimental de maracujazeiros com 2.640m 2 , consistindo em quatro linhas de 210 m espaçadas de três metros, com 23 plantas de maracujá-amarelo em cada linha. Na cabeceira das linhas foram plantados três genótipos distintos, e o restante das linhas foi constituído de clones de uma mesma planta de um quarto genótipo. Foram realizadas avaliações da porcentagem de fecundação natural (via inseto polinizador) ao longo das linhas e estudos de dispersão do pólen por meio do vento a partir de uma única planta. Os resultados indicam que o fluxo gênico via dispersão de pólen pelo vento não ocorre a distâncias superiores a 3 m. Já o fluxo gênico via inseto polinizador poderia ocorrer à distância máxima de 210 m avaliada no experimento, uma vez que frutos foram produzidos nas plantas localizadas a essa distância. Foi observada uma queda na porcentagem de fecundação natural ao longo das linhas, entretanto essa queda não foi significativa, nem foi possível ajustar um modelo (paramétrico ou não-paramétrico) aos dados. A grande desuniformidade no desenvolvimento das plantas e, conseqüentemente, na densidade floral ao longo das linhas, pode ter sido um fator complicador. Para o estudo da herança da resistência foram realizados cruzamentos entre a linhagem transgênica resistente TE5-10, uma linhagem transgênica suscetível (T2-5) e uma planta não- transformada. Além disso, foram realizadas autofecundações da linhagem TE5-10 com o objetivo de obter plantas com o transgene em homozigose. Foram obtidos frutos de todos os cruzamentos, e suas sementes foram extraídas. A análise da resistência nas plantas provenientes dessas sementes encontra-se em andamento.