Desvelando a economia invisível das agricultoras agroecológicas: a experiência das mulheres de Barra do Turvo, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Telles, Liliam
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/26796
Resumo: O objetivo geral desta pesquisa foi compreender a economia das mulheres agricultoras agroecológicas a partir do estudo de duas comunidades no Vale do Ribeira, desvelando as práticas e dinâmicas que condicionam e caracterizam sua vida econômica. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, de inspiração etnográfica, tendo como lentes teórico-analíticas a Economia Feminista e a Sociologia Econômica. A coleta de dados foi realizada a partir do uso de um Questionário de Caracterização Socioeconômica, da realização de Entrevista em profundidades e de Observação Participante. Como resultados, percebeu-se que as agricultoras agroecológicas realizam uma diversidade de tipos de trabalho em suas rotinas, sendo as relações de interdependência entre eles constitutivas das bases para a construção de sua autonomia individual e coletiva, de seus grupos familiares e de suas organizações. No entanto, sua contribuição econômica, em grande medida, permanece oculta em relações econômicas que não mobilizam recursos monetários, como o autoconsumo, as trocas e doações de sua produção, mas também em atividades domésticas e de cuidados. Constatou-se que a divisão sexual do trabalho opera em todas as dimensões da vida das agricultoras e, como resultado, o trabalho doméstico e de cuidados as sobrecarrega – material e emocionalmente – e restringe suas práticas econômicas. Conclui-se que a interdependência entre estratégias de reprodução econômica e entre atores com os quais as mulheres se relacionam conformam as bases para que teçam sua autonomia social e econômica, num vai e vem da dinâmica da vida, demonstrando a sua capacidade de resistência e resiliência na produção do viver. A agroecologia, neste contexto, tem permitido valorizar as práticas econômicas e dado visibilidade ao protagonismo das mulheres na economia familiar e comunitária. Assim, apesar de historicamente invisibilizadas, pode-se concluir que as mulheres assumem um papel econômico fundamental para a reprodução social da agricultura familiar, construindo cotidianamente uma densa vida econômica.