Estudos moleculares e morfológico em abelhas do gênero Melipona (Hymenoptera)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Nascimento, Marcilia Aparecida do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Doutorado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/253
Resumo: O gênero Melipona é representado por 65 espécies reconhecidas de abelhas sem ferrão distribuídas nas regiões neotropical. Dentre estas espécies encontra-se M. scutellaris, abelha nativa, típica de regiões com clima e altitude diferentes do nordeste brasileiro, sendo, no estado da Bahia, encontrada em altitudes entre 36 e 1200 metros. Um dos objetivos deste estudo foi avaliar o efeito da altitude na diversidade genética e morfológica de populações de M. scutellaris coletadas em diferentes altitudes de regiões de Mata Atlântica e Caatinga do estado da Bahia. Este trabalho objetivou, também, investigar se a proteína heterocromatina 1 (HP1) é expressa no gênero Melipona. A diversidade genética foi estimada com base em haplótipos mitocondriais obtidos por PCR-RFLP da região COI/COII do DNA mitocondrial de 29 operárias amostradas nas localidades de Camaçari, Mundo Novo e Morro do Chapéu. Foi obtida uma composição haplotípica com 12 haplótipos. Haplótipos exclusivos e alta estruturação genética foram observados quando as três populações foram avaliadas. O dendrograma UPGMA mostrou a divisão das populações em dois grupos principais. A topologia do dendrograma mostra, maior diferenciação genética entre a população de Camaçari e as populações do Mundo Novo e Morro do Chapéu e uma estreita relação genética entre as populações do Mundo Novo e do Morro do Chapéu. Dados genéticos complementares poderão ser obtidos por avaliação de populações de M.scutellaris não analisadas, o que poderá permitir uma caracterização genética mais precisa deste grupo de abelhas. Utilizando microscopia eletrônica de varredura, sensilas antenais do tipo tricóides foram avaliadas nos três flagelômeros (F) mais distais ( F8, F9 e F10) de antenas de M. Scutellaris amostrada em localidades com altitudes de 200 m (Grupo 1) e acima de 900 m (Grupo 2). Sensilas de extremidade curva e de extremidade reta foram observadas nos dois grupos, no entanto, as sensilas de extremidade reta foram detectadas em maior número nas abelhas coletadas a 200 m e as de extremidade curva nas abelhas de altitude mais elevada (acima de 900 m). A comparação do número de sensilas de extremidade reta entre os flagelômeros das abelhas dos dois grupos resultou em diferença significativa para os três flagelômeros. No entanto, para sensila de extremidade curva, a diferença foi significativa apenas quando as sensilas do flagelômero F9 foram comparadas. Estes resultados poderão, no futuro, contribuir, para a compreensão das relações entre M. scutellaris e o ambiente em função da altitude. Uma das características do gênero Melipona é a variação no conteúdo de hetrocromatina (alto e baixo conteúdo) entre as espécies. Para investigar uma possível relação entre a proteína Heterocromatina 1 (HP1) e o conteúdo de heterocromatina deste gênero, duas espécies de Melipona, M. mondury (alto conteúdo) e M. quadrifasciata (baixo conteúdo) foram avaliadas com base em ensaio de imunolocalização e análise de Western Blot. O resultado obtido mostrou que a proteína HP1 é expressa nas duas espécies analisadas. A presença de três marcações de imunolocalização para HP1 para cada espécie sugere a detecção de possíveis isoformas de HP1. A marcação mais intensa de uma das possíveis isoformas de M. mondury sugere maior expressão da mesma nesta espécie. Ao contrário de M. quadrifasciata, M. mondury possui alto conteúdo de heterocromatina e análises posteriores poderão, no futuro, contribuir para verificar se existe relação com a isoforma mais expressa (marcação mais intensa) e o conteúdo de heterocromatina de M. mondury.