Reconfigurando a paternidade na era contemporânea: um estudo com pais-jovens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rigueira, Gleisiene Aparecida da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Economia Doméstica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/32801
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.508
Resumo: A paternidade participativa surge na sociedade contemporânea como uma possibilidade de promover equidade nos papéis de pai e mãe, e os pais-jovens emergem como atores potenciais desse processo. A construção desse novo modelo de paternidade parece estar fundamentada nos cuidados com os filhos e na divisão do trabalho doméstico, resultando em novas formas de convivência familiar. Esta pesquisa foi conduzida no Laboratório de Desenvolvimento Infantil (LDI) e no Laboratório de Desenvolvimento Humano (LDH) da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. O objetivo foi analisar, por meio da experiência paterna, a influência de fatores socioeconômicos, individuais e culturais na construção de diferentes modelos de paternidade. Como aporte teórico, utilizaram-se o Modelo Bioecológico de Bronfenbrenner e os conceitos de envolvimento paterno dos autores Lamb e Pleck, os quais dimensionam os níveis de participação na díade pai-filho e de divisão do trabalho doméstico. O estudo apresenta caráter qualitativo, e os dados foram coletados por meio da análise das fichas cadastrais preenchidas pelos pais-jovens ao matricularem seus filhos na unidade educacional infantil da Universidade de Viçosa. Outrossim, realizaram-se entrevistas narrativas com 15 pais pertencentes a diversos níveis socioeconômicos, rendas, níveis de escolaridade e idade. O exame dos dados ocorreu por meio da técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin, com auxílio do software IRaMuTeQ. Com base nos resultados, ficou evidente que os pais entrevistados identificaram diferentes modelos de paternidade, sobretudo comparando sua relação com seus próprios pais, reconhecendo mudanças ao longo do tempo, como ter mais afeto e diálogo com seus filhos. Os pais com maior nível de escolaridade e renda manifestaram maior engajamento com a pesquisa, indicando interesse e consciência acerca do período de transformação da paternidade. Observou-se uma mudança nas brincadeiras entre pais e filhos, sem separação de gênero para meninos e meninas. Ademais, algumas tarefas estão se tornando mais paternas, como levar os filhos à escola, narrada como uma responsabilidade exclusiva para a maioria dos pais entrevistados. No tocante aos desafios da paternidade, os pais se queixaram da intensa jornada de trabalho e da escassez de tempo para se dedicarem aos filhos e à família. Assim, o tempo de qualidade é uma preocupação recorrente entre eles. Evidenciou-se que os pais que relataram ter mais tempo para os filhos e a família, em função da flexibilidade de seus empregos, estavam mais satisfeitos. Apesar da percepção de desigualdade na divisão do trabalho doméstico, alguns pais relataram diálogo e negociação sobre as tarefas do lar. Constatou-se, ainda, que pais recasados expressaram sentimentos negativos e cobrança em relação à participação na vida dos filhos do primeiro relacionamento. Por fim, os pais-jovens demonstraram um crescente engajamento em seu papel paterno. Embora com dificuldades, eles indicaram estar ativos no processo de transformação dos modelos de paternidade. Palavras-chave: paternidade participativa; relação pai-filho; Modelo Bioecológico; divisão do trabalho doméstico.