Fatores associados ao estado emocional materno no período pós-parto e sua relação com a prática da amamentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Martins, Mariana Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2774
Resumo: Os objetivos do estudo foram verificar os fatores associados ao estado emocional materno no puerpério e avaliar a sua relação com a prática da amamentação, no município de Viçosa (MG). Trata-se de estudo transversal realizado com 168 puérperas provenientes do setor de imunização da Policlínica Municipal de Viçosa. Realizou-se 3 encontros, no primeiro, segundo e quarto mês após o parto. Nos dois primeiros encontros, aplicou-se as escalas Edinburgh Post-Natal Depression Escale (EPDS), Self-Report Questionaire (SRQ-20) e Postpartum Bonding Questionaire (PBQ). O ponto de corte adotado para a EPDS foi ≥ 12. Para análise dos resultados, foi realizada regressão múltipla de Poisson com ajuste robusto da variância pelo modelo stepwise backward selection procedure. Todas as puérperas avaliadas aceitaram participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa. A prevalência de sintomas de depressão pós-parto (DPP) foi de 14,5% (n=29) e 9% (n=18) no primeiro e segundo mês após o parto, respectivamente, sendo que a incidência foi de 2,3% (n=4). No primeiro mês após o parto, associaram-se com sintomas de DPP a idade inferior a 20 anos (RP=2,42; IC=1,21-4,81), parto normal (RP=2,04; IC=1,03- 4,04) e traumático (RP=2,31; IC=1,21-4,78), reação negativa do companheiro com a notícia da gestação (RP=2,51; IC=1,23-5,12) e não ter recebido apoio emocional no puerpério (RP=2,72; IC=1,30-5,72). No segundo mês, as variáveis associadas foram reação negativa da mãe com a notícia da gestação (RP=2,49; IC=1,05-5,90), percepção materna de que a criança chora mais do que os outros bebês da mesma idade (RP=3,12; IC 1,32-7,35) e apoio insuficiente do companheiro durante a gestação (RP=4,28; IC=1,84-9,94). A prevalência de abandono do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) no primeiro, segundo e quarto mês após o parto foi de 53,57% (n=90), 47,62% (n=80) e 69,64% (n=117), respectivamente, e sua incidência no quarto mês em relação ao primeiro foi de 48,7%. No segundo mês após o parto, associaram-se com o abandono do AME as variáveis sintomas de DPP (RP = 1,61; IC = 1,19-2,19) e parto traumático (RP = 1,40; IC = 1,02-2,91). No quarto mês, associaram-se s menor escolaridade materna (RP = 2,15; IC = 1,36-3,38), não possuir imóvel próprio (RP = 1,23; IC = 1,02-1,48), ter voltado a trabalhar (RP = 1,33; IC = 1,09-1,63), não ter recebido orientações sobre amamentação no puerpério (RP = 1,21; IC = 1,01-1,45), reação negativa da mãe com a notícia da gestação (RP = 1,29; IC = 1,09-1,52) e ausência de ajuda do companheiro com a criança (RP = 1,33; IC = 1,04-1,70). Os resultados deste estudo mostraram que o rastreamento da DPP nas primeiras semanas de puerpério é extremamente importante para prevenir os agravos da depressão sobre a saúde materna e promover maior duração do AME, especialmente entre as mães adolescentes e que não recebem apoio do companheiro. As mulheres precisam de um ambiente de apoio que proteja e promova o aleitamento materno no lar, no ambiente de trabalho e nos serviços de saúde.