A configuração das identidades profissionais dos (as) pedagogos (as) de Institutos Federais Mineiros: da formação à atuação profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Marques, Debora Mota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://lattes.cnpq.br/6318846554438016
Resumo: O pedagogo no Brasil não possui uma identidade única. No histórico do curso de pedagogia, foi visto como professor, como especialista e, atualmente, com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (2006), a identidade desse profissional foi ampliada para gestor, docente e pesquisador. Além disso, expandiram-se os locais de atuação do profissional para além da escola, podendo, portanto, trabalhar em espaços não escolares. Mas, nesta pesquisa, fizemos um recorte e delimitamos como objeto de estudos as identidades dos (as) pedagogos (as) de Institutos Federais Mineiros, abordando aspectos da formação e do desenvolvimento profissional desses sujeitos. Nosso objetivo foi analisar os processos de formação, atuação e desenvolvimento profissional de pedagogos que atuam em Institutos Federais Mineiros e a configuração de suas identidades profissionais nesses contextos. O referencial teórico que embasa a discussão sobre identidade é composto por autores como Dubar (1997; 2012) e Carrolo (1997); sobre o desenvolvimento profissional, é formado por autores como Marcelo (2009); e, sobre a compreensão desse processo como construtor de identidade, por Forte e Flores (2012). Foi necessária também a leitura de autores como Brzezinski (1996; 2011), Silva (1999), Libâneo (2005, 2006 e 2007), Aguiar e Melo (2005), Pimenta (2006), Aguiar et. al. (2006), Saviani (2004; 2009), Franco, Libâneo e Pimenta (2007), Kuenzer e Rodrigues (2006; 2007) e Leal (2013) para entender, historicamente, as diversas identidades do curso de pedagogia. Ainda, exploramos os trabalhos de Cézar (2014), Brauner (2014) e Lima (2015), visto que são os primeiros trabalhos que fazem referência ao pedagogo no Instituto Federal. Na metodologia aqui utilizada, buscamos articular as narrativas por meio das contribuições de Cunha (1997), Clandinin e Connelly (2011), Junqueira Muylaert et. al. (2014) e Ferenc (2017) e, que apontam essa metodologia como propícia à reflexão sobre a experiência e à escuta das vozes dos sujeitos. Por meio de questionários com 16 pedagogos (as) de Institutos Federais Mineiros e entrevistas semiestruturadas com cinco pedagogos (as) selecionados, foram possíveis as reflexões em relação aos aspectos pessoais, formativos e profissionais construtores das identidades desses profissionais. Realizamos, ainda, a análise de conteúdo dos regimentos internos de Institutos Federais Mineiros para entendermos as identidades atribuídas aos profissionais. Os resultados apontaram que há uma diversidade de atuação profissional dos (as) pedagogos (as), mas que, nas diversas situações, a identidade dos (as) pedagogos (as) é construída na relação entre a identidade para si e a identidade para o outro. Observamos os movimentos que os sujeitos fazem quando se dobram para dentro (identidade para si) e quando se dobram para fora (identidade para o outro). Com isso, foi possível concluir que há aspectos que reprimem as identidades dos (as) pedagogos (as), dando origem a identidades sufocadas. Ao mesmo tempo, os (as) pedagogos (as) criam estratégias para conseguirem se desenvolver profissionalmente, o que dá origem a identidades sobreviventes, uma vez que ocorrem com o intuito de superar uma provável crise de identidade. Sobre a formação inicial dos sujeitos, observamos que nenhum deles teve oportunidade de estudar, nos seus cursos de pedagogia, a educação profissional e tecnológica. Foi possível, em virtude disso, a descoberta, na prática, de saberes produzidos por esses profissionais, visto que, da prática, surgem problemáticas que impulsionam os(as) pedagogos(as) a buscarem alternativas para o problema, produzindo, dessa forma, os saberes da prática. Pelas narrativas apresentadas, foi possível dizer que não há uma política institucional de formação continuada dos profissionais, mas há ações isoladas na instituição das quais nem todos podem participar ou buscas solitárias pela formação por parte de alguns (algumas) pedagogos (as). Nesse sentido, apontamos a importância de um projeto de desenvolvimento profissional que ocorra de forma coletiva e colaborativa, que vise à socialização de saberes e que promova a aprendizagem profissional e a ressignificação da identidade.