Compulsão alimentar, resistência à insulina e incidência de diabetes tipo 2: resultados do Estudo Longitudunal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Mayara Dias Parreiras da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30479
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.607
Resumo: A compulsão alimentar é caracterizada pelo consumo de uma grande quantidade de alimentos, em um curto período de tempo, associado a sensação de perda de controle em relação ao que e quanto se come. O diabetes tipo 2 (DM2) é um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI, e, por isso, identificar seus fatores de risco é um importante caminho para o controle da doença. Evidências apontam para um possível papel desse comportamento na diminuição da sensibilidade à insulina e consequente desenvolvimento do DM2, mas estudos longitudinais sobre o tema ainda são escassos e com resultados inconclusivos. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi investigar a associação do comportamento de compulsão alimentar com a prevalência de resistência à insulina (RI) e incidência de DM2 em uma coorte de servidores públicos. Foram utilizados dados da linha de base (2008-2010; n=14.593) e da onda 2 (2012-2014; n=11.464) de participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). A exposição foi a presença de compulsão alimentar na linha de base, avaliada por uma questão desenvolvida a partir dos critérios propostos para investigação no DSM-IV. Como desfecho, tem-se a prevalência de RI na linha de base, avaliada por meio do modelo de avaliação da resistência à insulina (HOMA-IR) e do índice triglicerídeos-glicose (TyG), e a incidência de DM2 entre a linha de base e a onda 2, avaliada por meio do autorrelato de diagnóstico médico e exames bioquímicos. As associações foram testadas por meio de modelos de regressão de Poisson, com variância robusta, brutos e ajustados por potenciais confundidores. Como resultados, na onda 1, a prevalência de compulsão alimentar foi de 15,3%, dos quais 67,2% e 30,6% apresentaram RI pelos índices HOMA-IR e TyG, respectivamente. Nos modelos ajustados, indivíduos com compulsão alimentar apresentaram maior prevalência de RI comparados àqueles que não apresentaram esse comportamento (HOMA-IR: RP = 1,29 e IC95% = 1,25 - 1,34 e TyG: RP = 1,29 e IC95%=1,21 - 1,38). Na onda 2, a incidência de DM2 foi de 7,4% e a prevalência de compulsão alimentar foi de 14,6%. Nos modelos ajustados, indivíduos com compulsão alimentar apresentaram maior risco de DM2 incidente comparados àqueles com ausência desse comportamento (RR= 1,21 e IC95% = 1,01 - 1,44). Essa associação perdeu significância após o ajuste pelo IMC (RR = 0,96 e IC95% = 0,81 - 1,14). Em conclusão, esses resultados reforçam que o comportamento de compulsão alimentar se mostra prevalente na população adulta e relaciona-se como um fator de risco a desfechos metabólicos, como a RI e o DM2. Palavras-chave: Diabetes mellitus. Diabetes tipo 2. Resistência à insulina. Compulsão alimentar. Transtornos alimentares. Comportamento alimentar.