Ensaios sobre a obesidade e discriminação no Brasil

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Silva, Lucas Adriano
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Palavras-chave em Português: Obesidade - Aspectos sociais; Discriminação; Igualdade - Aspectos da saúde; Homens - Aspectos da saúde; Mulheres - Aspectos da saúde; Saúde Pública
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28530

O objetivo do presente trabalho é o de analisar a obesidade, por meio de uma abordagem acerca da desigualdade e da discriminação associadas a essa morbidade, dado que a obesidade não é apenas uma doença, sendo também um fenômeno social e econômico. Desse modo, o referente trabalho está dividido em dois artigos. O primeiro artigo investiga os determinantes que fazem homens e mulheres adultos terem probabilidades distintas de serem obesos no Brasil, segundo dados do Programa Nacional de Saúde (PNS), do ano de 2013. A partir de análises econométricas, busca-se compreender a caracterização da obesidade no Brasil, segundo o sexo, de indivíduos com faixa etária de 20 a 79 anos. Inicialmente, foram identificados os indivíduos obesos, a partir da medida de Massa Gorda Relativa (RFM), aplicada sobre faixas de gordura corporal. Em seguida, estimou-se o modelo Probit, sendo posteriormente aplicado a decomposição de Fairlie. Os coeficientes obtidos, em geral, apresentam sinais esperados e estatisticamente significativos. Os principais resultados apontam que mulheres possuem maiores chances de serem obesas; sendo que a escolaridade, o estado civil, o estado de saúde e fatores demográficos apresentam uma grande relação com a desigualdade na obesidade de homens e mulheres. No segundo artigo, investigam-se os efeitos da obesidade sobre o mercado de trabalho brasileiro, para o ano de 2013. Isso é realizado a partir da análise dos efeitos da obesidade acerca dos salários de homens e mulheres. Os obesos também foram identificados pelo RFM, sendo que, posteriormente, o método escolhido para estimar o efeito da obesidade é o de Mínimo Quadrados Ordinários (MQO) e o de Variáveis Instrumentais (VI). Os resultados indicam a existência de viés por endogeneidade entre obesidade e renda, fazendo com que o método de VI seja o mais recomendado. Desse modo, tem-se que a obesidade afeta negativamente os salários, independente do sexo, apesar de que as mulheres são as mais afetadas. É possível verificar a importância de se elaborar políticas públicas de proteção a indivíduos obesos no mercado de trabalho, a exemplo de leis que criminalizem a discriminação contra obesos. Palavras-chave: Obesidade, desigualdade, discriminação, homens, mulheres, RFM.