Composição florística e estrutura de vegetação colonizadora de clareiras em floresta atlântica sob manejo sustentável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Faria, Vicente de Paulo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11505
Resumo: Este estudo foi desenvolvido em área de Floresta Atlântica, classificada como floresta Ombrófila Densa, localizada no município de Porto Seguro, Bahia. Os objetivos deste trabalho foram: caracterizar as estruturas fitossociológica e florística em clareiras e em área não explorada da mesma floresta; mapear as clareiras originadas por atividades de exploração, a fim de obter a intensidade de corte e caracterizar as espécies colhidas; verificar a influência do tamanho das clareiras sobre a composição florística; avaliar se os índices de regeneração dessas espécies no interior das clareiras são capazes de garantir a reposição do estoque retirado e recomendar tratamentos silviculturais pertinentes. Os dados foram coletados em área não-explorada, utilizando-se 35 parcelas amostrais de 20 m x 50 m, instaladas sistematicamente. O nível de abordagem utilizado, DAP maior ou igual 12,7 cm, é o exigido pelo IBAMA para elaboração de planos de manejo florestal visando a exploração madeireira. Nas clareiras utilizaram-se dois níveis de abordagem: nas parcelas de 2 x 2 m, foram medidas todas as plantas com altura menor ou igual a 1,30 m e em toda a área da clareira mediram-se todos os indivíduos com altura maior que 1,30 m. Foram analisados dados de 35 parcelas de 20m x 50 m em área não explorada e 14 clareiras em talhão submetido à exploração florestal. Em termos de composição florística, as parcelas amostrais apresentaram 1.414 indivíduos distribuídos em 69 espécies, com 58 gêneros pertencentes a 30 famílias botânicas. Dentre as famílias amostradas, a Sapotaceae apresentou o maior número de indivíduos e a espécie de maior valor ecológico foi Myrcia sp. Nas clareiras detectou-se a presença de 1.821 indivíduos, distribuídos entre 135 espécies e 99 gêneros pertencentes a 44 famílias. Sapotaceae apresentou o maior número de indivíduos e entre as espécies de interesse Ocotea sp1 foi a mais representativa. Tendo em vista que as espécies de maior incidência nas clareiras são ecologicamente classificadas como secundárias iniciais, tardias e, às vezes, clímax, pode-se inferir que o ambiente por elas formado é benéfico a espécies de valor comercial que, em sua maioria, são assim classificadas. As clareiras com áreas inferiores a 200 m 2 foram consideradas de tamanho pequeno e não influenciaram significativamente na composição florística. Entre as espécies de interesse comercial Manilkara bella e Caryocar edule possuem sérias limitações em se tratando de regeneração e por isso merecem tratamentos silviculturais adequados, a fim de se evitar sua possível extinção. Na floresta não explorada verificou-se o predomínio de espécies secundárias iniciais e tardias. Nas clareiras, os níveis de ocorrência dessas espécies foram semelhantes aos anteriormente citados. No entanto, mudanças ambientais ocorridas em função do rompimento do dossel, proporcionaram o surgimento de um maior número de espécies pioneiras nesses locais, como era de se esperar.