Filogeografia, diferenciação geográfica e caracterização citogenética de populações naturais de Psychotria ipecacuanha das florestas Atlântica e Amazônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Rossi, Ana Aparecida Bandini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética animal; Genética molecular e de microrganismos; Genética quantitativa; Genética vegetal; Me
Doutorado em Genética e Melhoramento
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1374
Resumo: Poaia (Psychotria ipecacuanha) é um pequeno arbusto perene que cresce abundantemente em áreas úmidas e sombrias das florestas tropicais do Brasil. A espécie foi utilizada pelos nativos brasileiros que ensinaram as propriedades medicinais aos colonizadores europeus. As raízes de poaia alcançaram utilidades mundiais como expectorante, amebicida, e agente vomitivo, devido à presença de alcalóides isoquinolinicos farmacológicamente ativos. Porém, a intensa coleta de plantas nativas e à negligência de replantio após a coleta das raízes conduziu a um severo declínio de suas pulações nativas. Populações remanescentes ocorrem naturalmente em três regiões extremamente discreta das florestas tropicais: 1) a América central e partes adjacentes da América do Sul; 2) parte do sudoeste da Amazona brasileira; e 3) Floresta Tropical Atlântica ao longo da costa brasileira. Os estudos realizados na presente investigação utilizaram técnicas combinadas que incluiu filogeografia molecular basead em cpDNA, estrutura de população via ISSR, e citogenética para caracterizar populações naturais de poaia das florestas Atlântica e Amazônica do Brasil. As análises permitiram elaborar e avaliar hipóteses dos fatores históricos e ecológicos que moldaram a atual distribuição das populações existentes e adicionar informações para a compreensão da história evolutiva desta importante espécie medicinal. As análises de clado aninhado e análises de ISSR revelaram diferenças notáveis entre as florestas. Diversidade de haplótipo de cpDNA foi maior na Floresta Atlântica, que abrigou 11 dos 12 haplótipos encontrados. Um único haplótipo foi encontrado na Floresta Amazônica. Nenhum dos haplótipos foi compartilhado pelas florestas, o que indica a presença de monofilia recíproca. As análises de clado aninhado indicaram a fragmentação alopátrica como sendo a principal força que moldou as diferenças entre florestas. Quando comparada a Floresta Amazônica, a Floresta Atlântica exibiu altos níveis de diversidade genética como demonstrado pelos maiores valores de HE, HB e I, tanto como uma média das populações como de grupo, como revelado pelas análises de ISSR. AMOVA revelou que a maioria da diversidade genética foi particionada entre tipos de floresta. Fluxo gênico entre florestas é na atualidade insignificante. As análises de citometria de fluxo evidenciaram dois grupos com quantidade de DNA distinta (2C = 1.24 pg e 2C = 2.05 pg). Poaia demonstrou um cariótipo consistindo de 11 pares de cromossomo (2n = 22), dos quais 4 são metacêntricos e 7 são submetacêntricos. As análises de citogenética revelaram que as populações naturais podem estar experienciando poliploidização e sugerem que esta espécie seja tetraplóide. Em geral, as análises indicaram um evento de colonização recente como origem das populações da Floresta Amazônica e uma origem antiga para as populações da Floresta Atlântica. A Floresta Atlântica foi considerada como um centro de diversidade para poaia. Implicações para conservação são discutidas.