Efeito de borda na estrutura de fragmentos de floresta estacional semidecidual de diferentes tamanhos na bacia do Rio Paraopeba, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vieira, Luiza Mirian Goncalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8229
Resumo: A criação de bordas em um ambiente florestal pode modificar as condições climáticas locais, aumentar a mortalidade arbórea e promover o estabelecimento de espécies invasoras. A biodiversidade de fragmentos florestais perturbados é alterada e promove mudanças nos processos ecológicos. Ambientes com perturbações frequentes e repetitivas tendem a apresentar baixa diversidade quando comparados aos ambientes com baixos níveis de perturbação. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento florístico e fitossociológico em dois fragmentos de floresta estacional semidecidual (FES), com tamanhos distintos, em Florestal, MG. Comparar a diversidade de espécies arbóreas entre os dois fragmentos para verificarmos se há influência do tamanho do fragmento em sua biodiversidade. Verificar a existência de um gradiente de decréscimo da luminosidade, temperatura e velocidade do vento e o aumento da umidade do ar e do solo e da fertilidade do solo no sentido borda-centro nos dois fragmentos de floresta, com influencia na composição de espécies arbóreas. E adição, relacionar a distribuição das espécies arbóreas de maior valor de importância com as variáveis ambientais. Nos dois fragmentos de FES foram demarcados transectos, abrangendo as bordas e o centro dos fragmentos, totalizando um hectare de área total em cada fragmento de mata. Em cada fragmento, ao longo dos transectos, foram demarcadas 50 parcelas de 10 x 20 m. Os dados de umidade relativa do ar, temperatura, luminosidade, velocidade do vento, umidade e fertilidade do solo foram coletados em todas as parcelas, nos dois fragmentos, ao longo dos transectos demarcados. Os indivíduos arbóreos com circunferência a altura do peito (CAP) ≥15 cm, foram identificados em nível de espécie e tiveram suas alturas e circunferências medidas. Foi realizada a análise de correspondência canônica (ACC) entre as espécies com número de indivíduos ≥10 em cada fragmento relacionando-as com as variáveis ambientais e fertilidade do solo a fim de verificar as correlações existentes. Foi aplicada a análise de variância para verificar possíveis diferenças entre os fragmentos e entre as regiões de borda e centro. O delineamento amostral foi em blocos inteiramente casualisados, sendo aplicado a posteriori o teste Tukey a 5% de significância utilizando o programa R. O número total de indivíduos foi de 2.399, com 107 espécies presentes na Mata da Piscicultura e 209 espécies na Mata do Quilombo, destas, 26 espécies são comuns aos dois fragmentos estudados. Não houve diferença significativa entre o índice de diversidade de Shannon-Wiener entre os dois fragmentos amostrados (Mata da Piscicultura: 4,23; Mata do Quilombo: 4,90). Na Mata da Piscicultura as parcelas de borda apresentaram maiores teores de P e Mg do que as de centro. Na borda da Mata do Quilombo foram encontrados maiores valores de P-Rem e Luz0 e Luz200 do que no centro. Porém, não foi encontrado um gradiente de variação das variáveis ambientais no sentido borda-centro. Apesar da ausência deste gradiente, o autovalor (>0,35) para o eixo 1 da ACC na Mata da Piscicultura e dos eixos 1 e 2 na Mata do Quilombo indicaram que a maioria das espécies não ocorrem em todo o gradiente ambiental e o alto valor de correlação espécie/ambiente encontrado na ACC (> 0,9) mostrou que a heterogeneidade do ambiente influenciou a distribuição de espécies arbóreas nos dois fragmentos.