Desempenho e características da carcaça de bovinos de três grupos genéticos terminados em confinamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Maldonado, Fabiana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10866
Resumo: Avaliaram-se o consumo de matéria seca (CMS), o ganho de peso vivo (GPV), a conversão alimentar da matéria seca (CAMS), os pesos de carcaça quente (PCQ) e fria (PCF), do dianteiro (DI), do traseiro especial (TE) e da ponta de agulha (PA), da porção comestível, aparas de gordura e ossos da 1⁄2 carcaça direita e dos seus respectivos quartos (DI, TE e PA) e dos cortes comerciais, os rendimentos de carcaça quente (RCQ) e fria (RCF), os rendimentos dos quartos DI, TE e PA, da porção comestível, aparas e ossos da 1⁄2 carcaça direita e o rendimento dos cortes comerciais, além da área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura (EG) em experimento realizado na Estação Central do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa-SP. Foram utilizados 27 bovinos machos sendo nove da raça Nelore (NN) inteiros, nove 3⁄4 Nelore x 1⁄4 Canchim (NC) e nove 3⁄4 Nelore x 1⁄4 Caracu (NK), castrados, apresentando no início do experimento, em média, peso vivo de 307, 312 e 303 kg, respectivamente, e idade de 22 meses. Os animais foram confinados e distribuídos de acordo com o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3X3 (grupo genético x categoria de peso ao abate), com três repetições, alimentados à vontade com dieta à base de silagem de sorgo e concentrado (43:57 % na MS, respectivamente),composto de milho grão moído, farelo de algodão e uréia. Os animais foram pesados a intervalos de quatro semanas, após serem submetidos a jejum completo de 18 horas e abatidos à medida que alcançavam a categoria de peso preestabelecida (430, 470 e 530 kg). Após o abate, procedeu-se evisceração e a separação simétrica das duas metades da carcaça (direita e esquerda) onde as mesmas foram pesadas quentes e resfriadas, sendo estabelecidos os rendimentos de carcaça quente e fria. As 1⁄2 carcaças direitas foram separadas entre a 5a e 6a costelas em dianteiro (com 5 costelas), traseiro especial e ponta de agulha e posteriormente, tomados seus pesos. O TE esquerdo foi seccionado entre a 11a e 12a costelas e a AOL (músculo Longissimus dorsi) e a EG foram medidos. Em seguida os quartos da 1⁄2 carcaça direita foram desossados, sendo separados os cortes comerciais: contrafilé, filé- mignon, alcatra, patinho, coxão-mole, coxão-duro, lagarto, paleta e acém. Cada corte foi aparado do excesso de gordura de cobertura para um máximo de 5 milímetros de espessura, sendo pesados a porção comestível, aparas de gordura e ossos. Os diferentes componentes da carcaça foram transformados em porcentagem do peso da carcaça fria e analisados por meio da análise de variância e comparação das médias. Não houve efeito de grupo genético sobre o CMS, nas suas diversas formas de expressão (kg/dia, %PV e g/kg 0,75 ), porém o GPV e a CAMS foram influenciados pelo grupo genético, tendo o grupo NN inteiro apresentado maiores valores para GPV (1,08 vs 0,94 e 0,85 kg/dia) e melhores valores para CAMS (7,61 vs 9,35 e 10,65) que os mestiços NC e NK, respectivamente, castrados. O PVA, PCQ, PCF, RCQ, RCF, AOL, AOL%, EG e EG% não foram influenciados pelo grupo genético, assim como o peso e rendimento de aparas e ossos da carcaça. Foram observados maiores rendimentos do TE, maiores rendimentos de alcatra, contra filé, filé mignon e da porção comestível do TE, nos animais dos grupos NC e NK que no grupo NN, mostrando grande potencial desses cruzamentos para produção de carne de alto valor comercial. O grupo NN, por sua vez, foi superior no peso e rendimento do dianteiro. Já entre as categorias de peso ao abate, foram encontradas diferenças para CMS expresso em %PV e em g/kg 0,75 , sendo observado um decréscimo no CMS à medida que se elevou o peso de abate de 430 para 530 kg, entretanto, o GPV e CAMS não foram influenciados pela categoria de peso ao abate, assim como os rendimentos de carcaça. A AOL ajustada para 100 kg de carcaça fria e a EG (mm) foram influenciadas pela categoria de peso ao abate. A categoria de peso ao abate influenciou o peso dos quartos, da porção comestível, aparas de gordura e ossos da carcaça, o rendimento da PA, mas não o rendimento dos quartos TE e DI. A decisão na escolha do peso de abate, portanto, dependerá de uma avaliação econômica do sistema produtivo, já que, em termos médios, os animais abatidos com 430 kg permaneceram no confinamento durante 109 dias, os abatidos aos 470 kg, 146 dias e os abatidos aos 530 kg, 198 dias. Os animais abatidos com 530 kg de peso vivo, em média, produziram carcaças excessivamente acabadas, o que contribui para o aumento na proporção de aparas de gordura produzidas.