Relação entre traços funcionais e o estoque de carbono acima do solo de espécies lenhosas no Cerrado: destacando o trade-off crescimento-sobrevivência
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Botânica |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/32580 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.221 |
Resumo: | O dióxido de carbono (CO2) é responsável por mais da metade da concentração total de gases do efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global e demais problemáticas ambientais. À vista disso, compreender os mecanismos de descarbonização atmosférica é crucial para mitigar seus impactos, sendo as plantas protagonistas nessa mitigação. Portanto, a Savana Brasileira (Cerrado), domínio esse que ocupa 23% do território brasileiro, tem relevante papel na estocagem do carbono e servirá para o entendimento das diferentes estratégias de crescimento de plantas, de acordo com a hipótese do trade-off crescimento-sobrevivência. O presente trabalho objetiva (i) compreender as relações entre os traços funcionais vegetativos e reprodutivos como proxies de crescimento e de estoque de carbono acima do solo (AGB). Além disso, (ii) avaliar se essas relações são consistentes com o cálculo direto do AGB; e se (iii) as relações encontradas são congruentes às registradas pela literatura, que é majoritariamente de ecossistemas florestais. O estudo foi realizado em espécies lenhosas recenseadas em 129.600m² de Cerrado sentido restrito distribuídas em 25 áreas nos estados de Tocantins, Goiás e Minas Gerais, Brasil. As métricas máximas e médias de altura e circunferência (Hmax, Hmed, CIRCmax e CIRCmed, respectivamente) das espécies foram diretamente obtidas de 9.002 indivíduos lenhosos de 226 espécies. As espécies tiveram as medidas das características foliares, reprodutivas, tipos de dispersão e densidade da madeira (WD) adquiridas de várias fontes especializadas. As características funcionais registradas foram comprimento e largura de pecíolos, de folhas e de frutos (respectivamente PL, PW, LL, LW, FL e FW), bem como comprimento, largura, espessura e volume da semente (respectivamente SL, SW, ST, SV). O AGB foi adquirido através da equação alométrica pantropical de Chave et al. (2014). Modelos lineares generalizados (GLM) e modelos globais com seleção de modelos foram realizados no ambiente estatístico R. A altura das espécies não foi explicada significativamente pelos traços reprodutivos analisados, mas foi explicada por traços foliares. Cenário contrário ocorre para as métricas de WD e CIRC onde os traços reprodutivos obtiveram mais significância que os vegetativos. A WD foi positivamente relacionada com frutos longos e estreitos e com a dispersão anemocórica, enquanto CIRCmax teve forte relação positiva com maiores sementes e foi o traço vegetativo de crescimento (proxy de AGB) que mais se equiparou com o cálculo do AGB nas relações com os traços vegetativos foliares e reprodutivos. Alguns resultados encontrados reforçam o padrão registrado na literatura nas relações dos traços preditivos e reposta, como a relação dos traços conservativos reprodutivos e o AGB, mas quando as formas de dispersão são analisadas, ocorre o conflito com o trade-off crescimento-sobrevivência já registrados na mesma. Tal estudo irá corroborar com o maior entendimento desse fenômeno, levando em consideração outros fatores que modelam as comunidades lenhosas, como as síndromes de dispersão, para assim compreender de forma mais precisa a relação dos traços das plantas com o sequestro de carbono/crescimento. Palavras-chave: traços funcionais em plantas; altura das plantas; tamanho dos frutos; estratégias ecológicas; síndrome de dispersão. |