Estudo morfológico e morfométrico do intestino delgado de camundongos imunodeprimidos submetidos à dieta enteral contendo prebióticos e contaminada por Klebsiella pneumoniae

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Carlos, Jaqueline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Mestrado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2370
Resumo: A translocação bacteriana têm sido freqüentemente relacionadas com dietas hospitalares contaminadas, sendo os indivíduos imunodeprimidos ou com algum tipo de injúria intestinal os principais acometidos. O tecido linfóide associado ao intestino (Gut Associated Lymphoid Tissue, GALT) é um importante regulador do crescimento de bactérias, podendo impedir sua adesão na mucosa e diminuir a possibilidade de supercrescimento bacteriano. A mucosa em boas condições, assim como o sistema imunológico atuante, diminuem as chances de translocação. Prebiótico é um componente alimentar não digerível capaz de produzir efeito benéfico ao hospedeiro, estimulando o crescimento da mucosa, podendo ser adicionado a dietas hospitalares. O estudo de sua utilização é de grande interesse para a saúde pública. O presente estudo teve como objetivo analisar morfológica e morfometricamente o efeito de dietas enterais contaminadas com Klebsiella pneumoniae sobre o intestino delgado de camundongos imunodeprimidos e camundongos saudáveis submetidos a dieta contendo prebióticos. Camundongos albinos suíços, com 4 a 6 semanas de vida, foram divididos em nove tratamentos contendo diferentes combinações entre frutooligossacarídeos (FOS), inulina, antibiótico e corticóide, e ausência ou presença de K. pneumoniae. Nos períodos equivalentes a 1, 2 e 4 dias após a administração da dieta contaminada com K. pneumoniae via oral, os animais foram sacrificados. Foram feitas as colorações azul de toluidina, hematoxilina plúmbica e as técnicas histoquímicas ácido periódico e reativo de Schiff (PAS) e alcian blue (AB). A maior altura de vilosidade foi observada no tratamento V (animais imunodeprimidos que receberam dieta enteral contendo prebióticos e contaminada), no qual também se observou aumento do número de linfócitos intraepiteliais, provavelmente, em resposta a presença de K. pneumoniae. A largura das vilosidades de todos os animais que receberam dieta enteral aumentou, mostrando que esta pode influenciar no formato destas vilosidades. As menores alturas de epitélio foram encontradas em TVIII (animais não imunodeprimidos, que receberam dieta enteral sem prebióticos e contaminada) e TIX ( animais imunodeprimidos, que receberam dieta enteral sem prebióticos e contaminada) o que pode estar relacionado com a ausência de prebióticos. Nenhum indício de translocação pelo epitélio do íleo foi observado pelo nosso estudo. Nenhuma relação entre a dieta com fibras e o aumento do número de células caliciformes foi observada. Nenhum mastócito foi encontrado na mucosa dos animais analisados. A dieta enteral por si só, parece ter estimulado o aumento da população de células caliciformes. O número de linfócitos intraepiteliais se apresentou maior no TV, nos dia 7 e 9, sendo máximo neste último, o que coincide com dados anteriores que mostraram uma menor translocação de K. pneumoniae neste dia, indicando também que K. pneumoniae estimulou o sistema imunológico destes indivíduos. A imunodepressão pode não ter funcionado de maneira adequada, pois ela não interferiu no número de linfócitos intraepiteliais.