Efeito de lactobacilli no metabolismo lipídico e em outras propriedades funcionais do tubo digestório em dois modelos animais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Santos, Ferlando Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8990
Resumo: Probióticos, na forma de produtos lácteos fermentados ou não, são conhecidos como alimentos funcionais e têm sido recomendados como adjunto dietético para indivíduos com hipercolesterolemia. Com o objetivo de avaliar seu efeito no metabolismo lipídico e em outras propriedades funcionais do tubo digestório foram conduzidos cinco ensaios biológicos, envolvendo 104 ratos e 48 coelhos. A modulação da colesterolemia foi avaliada em ratos que receberam dieta basal ou dieta hiperlipídica suplementada com diferentes células de L. acidophilus CH5, L. acidophilus NCFM e L. casei spp., por um período de 14 dias. Observou-se que as espécies L. acidophilus CH5 e L. casei spp. apresentaram praticamente o dobro da atividade da enzima BSH de L. acidophilus NCFM. A suplementação de probióticos aos animais não alterou (P>0,05) o consumo alimentar, o coeficiente de eficiência alimentar, o ganho de peso, o índice de peso de fígado, o índice de peso do baço, o índice aterogênico e a concentração de colesterol total, HDL-C, VLDL+LDL-C, ácidos biliares e triacilgliceróis entre os grupos experimentais. Por outro lado, a dieta hiperlipídica administrada aos animais não aumentou a concentração de colesterol sangüíneo (P>0,05). Avaliando-se o efeito da administração de diferentes concentrações de L. casei spp. (104, 106, 108 UFC/mL) em ratos normo e hipercolesterolêmicos, por um período de 14 dias, verificou-se que o ganho de peso (P<0,05), o coeficiente de eficiência alimentar (P<0,01) e os parâmetros sangüíneos (índice aterogênico e níveis séricos de colesterol total, triacilgliceróis, HDL-C, LDL+VLDL-C) (P<0,01) dos animais que receberam a dieta hiperlipídica foram superiores aos dos animais que receberam a dieta basal. No entanto, independentemente do tipo de dieta, as diferentes concentrações de L. casei spp. administradas aos animais não exerceram efeito sobre esses parâmetros (P>0,05). Embora houvesse aumento (P<0,01) no peso do fígado, na concentração de colesterol hepático e na concentração de colesterol e ácidos biliares fecais nos animais alimentados com dieta hiperlipídica, quando comparados com os que receberam a dieta basal. Observa-se que o efeito de dose foi significativo no colesterol hepático (P<0,01) e fecal (P<0,05), independentemente do tipo de dieta. No entanto, não houve diferença significativa (P>0,05) entre as diferentes concentrações de L. casei spp. Repetindo a experimentação anterior em coelhos normo e hipercolesterolêmicos, porém utilizando as concentrações 105, 107, 109 UFC/mL, verificou-se que os parâmetros sangüíneos (P<0,01), o peso do fígado (P<0,01) e a concentração de colesterol hepático e colesterol fecal (P<0,01) dos animais que receberam a dieta hiperlipídica foram superiores aos dos animais que receberam a dieta basal. No entanto, diferentemente de ratos, o efeito de dose não foi significativo (P>0,05) para todas as características analisadas. Quanto ao efeito de dose em outras propriedades funcionais do tubo digestório em ratos e coelhos normocolesterolêmicos, constatou-se que as diferentes concentrações probióticas testadas aumentaram os níveis de Lactobacillus (P<0,01) e reduziram os níveis de E. coli (P<0,05) e a atividade da enzima â-glucuronidase (P<0,01) em ratos, mas não em coelhos (P>0,05). Por outro lado, não houve alteração no peso do baço, nem na contagem bacteriana neste órgão (P>0,05), mas houve aumento do comprimento das vilosidades intestinais (P<0,01) nos dois modelos animais. Portanto, conclui- se que, embora não houvesse alteração na colesterolemia dos animais, a suplementação de doses crescentes de L. casei spp. exerceu alguma influência no metabolismo de colesterol, na morfologia intestinal e na modulação da microbiota intestinal, aumentando os níveis de lactobacilos e reduzindo os níveis de E. coli, dos dois modelos estudados.