Avaliações morfofisilógicas de espécies de Brachiaria sob diferentes disponibilidades de água no solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Mattos, Jorge Luiz Schirmer de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11438
Resumo: Objetivou-se avaliar a tolerância à seca e ao alagamento de espécies de Brachiaria com base em uma série de características de natureza fisiológica, morfogênica e produtiva avaliadas durante e após período de estresse. Em casa de vegetação, avaliou-se o crescimento de quatro espécies de Brachiaria (B. decumbens, B. brizantha, B. humidicola e B. mutica) sob condições de défit hídrico no solo (-0,01, - 0,03,-0,1,-0,5 e -1,5 MPa) ou de alagamento (solo na capacidade de campo, lâmina d’água a 1 e 10 cm acima do solo). Em ambos os experimentos, os tratamentos foram arranjados em um esquema fatorial, em blocos ao acaso. Os estresses foram aplicados 22 dias após o corte de uniformização, realizado aos 40 dias de estabelecimento das espécies em vasos. As avaliações compreenderam 23 dias de estresse sob déficit hídrico e 18 dias sob alagamento. Após o período de estresse, um grupo de plantas, em cada experimento, foi mantido sob condições normais de disponibilidade de água no solo, durante aproximadamente uma semana, a fim de se avaliar a capacidade de recuperação das plantas. Em parcelas a campo, avaliou-se o crescimento de três espécies comerciais de Brachiaria (B. decumbens, B. brizantha cv. Marandu e B. mutica) e três acessos (B. brizantha B-132, B. humidicola H-16 e B. dictyoneura) sob déficit hídrico (ausência de irrigação) ou alagamento (aplicação de 56 mm/dia de água). Ambas situações de estresse foram impostas durante um período de 28 dias, 19 dias após o corte de uniformização. Em casa de vegetação, o déficit hídrico influenciou as características morfogênicas das espéces de Brachiaria, principalmente a taxa de alongamento de lâminas foliares em B. brizantha e de senescência em B. mutica, que também apresentaram as maiores taxas de alongamento de lâminas foliares. Do ponto de vista fisiológico, observou-se, em geral, controle estomático das taxas fotossintética e de transpiração, durante e após o período de recuperação do déficit hídrico. Todas as espécies recuperaram suas atividades fotossintéticas normais após o período de déficit hídrico, porém somente a B. brizantha restabeleceu satisfatoriamente o status hídrico dos tecidos foliares. Os maiores efeitos do déficit hídrico foram observados sobre a área de lâminas foliares, principalmente em B. brizantha e B. decumbens, e sobre a produção de matéria verde seca de lâminas foliares, independente da espécie. O período de recuperação foi insuficiente para o completo restabelecimento após o estresse hídrico, porém a B. brizantha sobressaiu-se relativamente às demais espécies. Em casa de vegetação, o alagamento reduziu sensivelmente as taxas de alongamento e fotossintética e aumentou as taxas de senescência nas folhas das espécies de Brachiaria, fatos que refletiram negativamente na produção de matéria seca. Entretanto, a B. mutica demonstrou-se mais tolerante ao excesso de água no solo, fato atribuído à abundante produção de raízes adventícias. A campo, as características morfogênicas foram mais comprometidas pelo alagamento que pelo déficit hídrico, entretanto, o potencial hídrico das plantas foi mais suceptível ao déficit hídrico do que ao alagamento. A B. brizantha B-132 e a B. mutica apresentaram as maiores produções de matéria verde seca da parte aérea, respectivamente, sob déficit hídrico e sob alagamento, enquanto a B. dictyoneura se sobressaiu às demais espécies, em termos de produção relativa de biomassa, em ambas as situações. Das espécies de Brachiaria estudadas, a B. brizantha B-132 é a mais recomendada para áreas sujeitas à seca e a B. mutica, para àreas sujeitas ao alagamento. O déficit hídrico foi menos prejudicial ao crescimento das plantas do que o alagamento, contudo nenhum dos estresses comprometeu a sobrevivência das espécies de Brachiaria.