Diagnóstico situacional dos avaliados com hiperglicemia na Campanha de Detecção de Casos Suspeitos de Diabetes no município de Viçosa – MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Batista, Maria da Conceição Rosado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8890
Resumo: Este trabalho foi realizado no município de Viçosa, MG, no período de outubro de 2003 a fevereiro de 2004. O seu objetivo foi avaliar a situação atual das pessoas detectadas com hiperglicemia na Campanha Nacional de Detecção de Casos Suspeitos de Diabetes, realizada em 2001. Dos 256 indivíduos que apresentaram hiperglicemia em tal Campanha, 168 foram avaliados no domicílio, sendo que 156 foram incluídos no estudo e apenas 12 (7,69%) foram excluídos por não terem confirmação do diagnóstico. Entre os 156, 69,9% já eram diabéticos em 2001 e 30,1% foram detectados na Campanha, sendo que 25,5% destes não procuraram assistência após o evento. A avaliação dos conhecimentos mostrou que a maioria tem noções sobre fatores causais do diabetes, suas complicações e tratamento, mas não conhecem sobre a fisiopatologia da doença (obesidade, controle glicêmico). A maior parte (62,2%) nunca realizou exame para detecção de retinopatia diabética e apenas 19,2% recebe orientação dietética por nutricionista atualmente. A hipertensão foi a doença associada mais comum (79,4%), sendo sua presença associada à obesidade. Dentre as complicações auto-referidas, as mais encontradas foram as circulatórias (15,4%), sexual (21,7% dos homens), visuais (14,7%) e cardíacas (11,0%). A maior parte dos entrevistados utiliza como tratamento a associação de dieta e medicamento oral, sendo que o tempo de duração do diabetes superior a 5 anos associou-se ao aumento da freqüência de utilização de insulina. A prática regular de atividade física foi encontrada em 42,9% dos pacientes, sendo que esta foi mais freqüente entre os homens e esteve relacionada a menores valores de Circunferência da Cintura. A glicemia atual e a pressão arterial apresentaram valores significantemente menores no momento atual que na Campanha de 2001. Entre os pacientes que possuíam exames bioquímicos recentes, exceto para triglicerídeos, todos os demais parâmetros apresentaram mais de 50% de inadequação, com relação ao valores de referência recomendados. A avaliação nutricional mostrou elevada freqüência de excesso de peso (68,6%), principalmente entre as pessoas com menos de 60 anos (82,7%). As mulheres apresentaram maiores valores de IMC e maior freqüência de obesidade abdominal, sendo que esta associou-se à maior freqüência de glicemia alterada. Os alimentos mais consumidos diariamente foram óleo de soja, feijão, arroz, vegetais folhosos, pão francês e leite integral. A maioria dos pacientes evita açúcar, alimentos açucarados e gorduras saturadas. Observou-se inadequação no consumo de cálcio, fibras, percentual de carboidratos e gorduras monoinsaturadas, proteínas e ferro (mulheres com menos de 50 anos). Os fatores associados ao mal controle glicêmico atual foram: não fazer tratamento médico, possuir outras doenças associadas ou complicações, apresentar obesidade abdominal e consumir açúcar. A glicemia capilar atual mostrou razoável correlação com a glicemia laboratorial de jejum e pós-prandial e com hemoglobina glicada, sugerindo que possa ser usada em outros estudos epidemiológicos, como alternativa rápida e simples para se estimar a situação de controle glicêmico de diabéticos e detectar novos casos suspeitos de diabetes.