O Pântano do Cururu: trabalho, ocupação e conflitos de terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silveira, Lidiane Nunes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento
Mestrado em Extensão Rural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4091
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar uma forma peculiar de ocupação da terra realizada por trabalhadores rurais. O que caracteriza esta ocupação de terra de maneira específica é a sua implementação a partir do trabalho de parceria, que consistiu em transformar o mato em terra, a terra em trabalho, a partir de uma perspectiva de trabalho camponês. A influência de diferentes fatores permitiu que a terra então ocupada oferecesse aos parceiros distintos horizontes de possibilidades. Para alguns, significou o trabalho e o vínculo com a terra. Para outros, a esperança de tornar- se dono da terra. O modo de vida dos parceiros também se caracterizava pelos laços de dependência com os grandes proprietários de terra da região. Estes questionaram a ocupação da terra pelos parceiros e a sua tentativa de romper com os laços de dependência, lutando pela posse dessa terra, considerada então devoluta. Instaurou-se assim um conflito que marca a sociogênese dos conflitos por terra no Brasil, e em Minas Gerais especificamente. Canais institucionalizados de luta marcaram a disputa por estas terras através da criação do Sindicato de Trabalhadores Autônomos de Piumhi aliado ao trabalho de base do Partido Comunista Brasileiro, além do apoio de setores da Igreja Católica e da Superintendência de Política Agrária (SUPRA). O contexto social analisado é o interior de Minas Gerais, na região Centro-Oeste, onde no início da década de 1960 foi construída a Usina Hidrelétrica de Furnas. Como parte das obras de infra-estrutura desta usina, foi realizada a transposição do rio Piumhi e a drenagem de um pantanal. As terras que então emergiram do Pântano foram ocupadas por parceiros da região, especificamente do município de Piumhi, através do trabalho na terra. Como o processo de ocupação e disputa pela terra ocorreu em 1960, a metodologia utilizada para apreender tal processo se baseou na historiografia e na história oral.