Avaliação das mulheres agricultoras sobre os efeitos do PRONAF nas suas condições de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mello, Myriam Marta Soares de Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11631
Resumo: As políticas e programas para a agricultura familiar possuem um papel importante para ampliar a capacidade produtiva das famílias de produtores, proporcionando-lhes melhores condições de produção, renda e qualidade de vida. Dentre os programas destaca-se o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar-Pronaf, que proporciona o acesso ao crédito a juros mais baixos que os de mercado. Tendo em vista a importância deste programa de crédito e tomando como desafio incorporar a avaliação de forma sistemática à prática da gestão pública do governo, uma vez que, após a implementação de uma política e/ou programa é importante verificar seus efeitos, inclusive os resultados não esperados ou os déficits de impacto, propôs- se as seguintes questões de pesquisa: O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) tem proporcionado às mulheres beneficiárias o aumento da capacidade produtiva da sua propriedade, aumento da renda e melhoria da qualidade de vida? É possível associá-lo à um processo de empoderamento das beneficiárias? De modo a responder tais questionamentos, a presente pesquisa teve como objetivo geral avaliar os efeitos do Pronaf nas condições de vida e de trabalho das mulheres beneficiárias. Especificamente buscou-se: (i) identificar o perfil socioeconômico das mulheres entrevistadas (ii) analisar se o crédito tem proporcionado melhorias na quantidade e na qualidade da produção familiar; (iii) analisar se o programa tem gerado renda para as mulheres agricultoras familiares e (iv) analisar se o acesso ao crédito tem contribuído para melhorar a qualidade de vida dessas mulheres; (v) verificar se a participação no programa contribui para o empoderamento das beneficiárias. A análise foi conduzida numa abordagem mista - qualitativa e quantitativa. Os dados foram coletados por meio de aplicação de questionários e realização de entrevistas semiestruturadas. Foram entrevistadas 110 mulheres – 58 beneficiárias do Pronaf e 52 não beneficiárias –, provenientes de 26 cidades, que participaram da semana do fazendeiro na Universidade Federal de Viçosa, e sete mulheres responderam ao roteiro de entrevista nas comunidades rurais de Viçosa-MG. No tratamento dos dados foi empregada a técnica do Alfa de Cronbach para validar os constructos, a análise exploratória de dados para estudar o comportamento das variáveis, o teste Kolmogorov Smirnov para verificar a normalidade ou não da distribuição dos dados, teste t de student para comparar grupos, a metodologia análise comparativa qualitativa (QCA) que buscou investigar as variáveis necessárias e suficientes para a ocorrência do constructo e o método de análise de conteúdo para analisar documentos e entrevistas. Pela análise dos dados coletados verificou-se que cada constructo estudado foi validado pela técnica do Alfa de Cronbach, o que indica a coerência dos dados utilizados no estudo e a correlação positiva entre as variáveis. Quando comparados os dois grupos, o teste estatístico realizado revelou que existe diferença entre as beneficiárias e o grupo controle apenas para a dimensão empoderamento. Embora não exista diferença estatística entre os dois grupo analisados, o programa tem efeitos positivos conforme avaliação dada às variáveis de cada constructo e conforme relato das entrevistadas. Assim, conforme análise QCA percebe-se que o Pronaf é necessário para a melhoria da produção, da renda, da qualidade de vida e para o empoderamento, porém a relação de suficiência ainda é muito baixa.