Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Zuim, Vitor |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/32262
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Resumo: |
A grande adoção de culturas geneticamente modificadas expressando genes de Bacillus thuringiensis (Bt) (Berliner, 1911) como ferramenta no Manejo Integrado de Insetos- pragas, denota preocupação quanto à segurança desta tecnologia para insetos não-alvo (fitófagos, predadores, parasitoides, detritívoros, polinizadores), organismos importantes para o agroecossistema. Nesse contexto, há a necessidade de se estudar como se comporta a comunidade de artrópodes associadas ao cultivo de plantas Bt, considerando as interligações entre todas as espécies. A presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de determinar o impacto de plantas de milho Bt na comunidade de artrópodes associada ao cultivo do milho e a eventual contribuição do refúgio como provedor de insetos para áreas subjacentes de cultivo Bt e sua ligação à arquitetura (rede trófica) e função da comunidade de artrópodes associada a esta cultura. Para tal, seguiu-se uma abordagem experimental de campo, onde amostragens de artrópodes foram realizadas temporalmente e espacialmente em dois ciclos de crescimento do milho, estações de inverno e verão. O campo experimental foi disposto em blocos ao acaso, com três áreas de 0,8 ha cultivados na mesma proporção com genótipo convencional (isolinha do genótipo Bt) e genótipo contendo as proteínas cry1A.105, cry2AB2 e cry3Bb1, ambos tolerantes ao glifosato. Os artrópodes foram amostrados por rede de varredura e vistoria de plantas de milho removidas do campo e levadas ao laboratório. Após quantificação e identificação dos artrópodes, bem como o reconhecimento de suas interações, foram construídas redes tróficas e extraídas métricas que reconhecem a distribuição das espécies entre os níveis tróficos e a contribuição de cada espécie na manutenção dos serviços ecológicos e fluxo de energia. Nós amostramos um total de 85 espécies de artrópodes nas duas estações de milho. As espécies mais abundantes, algumas das quais exclusivas de uma determinada estação, foram: os herbívoros Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott, 1923) (Hemiptera: Cicadellidae), Euxesta eluta Loew, 1868 (Diptera: Otitidae), Rhopalosiphum maidis (Fitch, 1856) (Hemiptera: Aphididae) e Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae); os predadores Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae), Doru luteipes (Scudder, 1876) (Dermaptera: Forficulidae) e Orius insidiosus (Say, 1832) (Hemiptera: Anthocoridae); os detritívoros Lachesilla sp (Mockford, 1993) (Psocodea: Lachesillidae), Sthenaridea carmelitana (Carvalho, 1948) Hemiptera: Miridae) e Hippelates sp (Loew, 1863) (Diptera: Chloropidae). Nem os genótipos, nem as distâncias crescentes para a bordadura do refúgio afetaram a abundância e riqueza de espécies que ocorreram. Uma tendência geral, foi a diferenciação de estações de cultivo com as espécies de predadores D. luteipes e C. externa registrando maiores contribuições na distinção, provavelmente influenciadas pelas condições climáticas contrastantes entre as duas épocas de cultivo. Análises mais robustas como as de rede tróficas, não denotaram alterações ocasionadas pelo genótipo de milho e nem pelas distâncias para o refúgio produzindo redes similares entre genótipos e distâncias. Em contraste, as estações de cultivo do milho se mostraram significativamente diferentes, sendo consistente com os resultados anteriores. Desta maneira, conclui-se que não ocorre perda de biodiversidade e nem alteração da rede de artrópodes associadas a genótipo de milho que expressam toxinas Bt; não houve também efeito significativo de borda do refúgio. Contudo, como o milho Bt não impôs redução nas populações de praga-alvo, o impacto desta tecnologia na comunidade de artrópodes foi minimizado e a incidência relativamente uniforme de artrópodes entre as áreas Bt e não Bt sugere que a estratégia de “alta dose/refúgio” pode não ter o efeito desejado demandando maior atenção sobre sua adoção e impacto. |