Efeitos intencionais e não-intencionais de tratamentos de semente com inseticida em feijoeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ortiz Rojas, Royner Josue
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/32164
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.462
Resumo: Para proteção de plantas usando tratamento de sementes, a essas são aplicados agentes químicos ou biológicos antes de semear, visando repelir, suprimir ou controlar pragas e doenças das sementes, mudas ou plantas. É crescente o uso dessa técnica na agricultura e ela pode ser vantajosa na fase inicial dos cultivos, com menor exposição de organismos não-alvos e baixo custo financeiro ao agricultor. Pouco se conhece sobre o impacto não-alvo e a eficácia do tratamento das sementes com inseticidas sistêmicos, cujos alvos são insetos sugadores e mastigadores em diversos tecidos da parte aérea vegetal. A relação custo-benefício do tratamento de semente pode depender da classe dos inseticidas usados e a mistura formulada deles. Neste estudo, avaliamos os efeitos desejados e indesejados do tratamento de sementes com os inseticidas ciantraniliprole, tiametoxam, imidaclopride, tiodicarbe e imidaclopride+tiodicarbe em sistema de plantio convencional e direto para entender a interação deles. As variáveis estudadas foram abundância e diversidade da artropodofauna do dossel das plantas e do solo, injúria dos insetos fitófagos e a produtividade de grãos de feijão. O número total de artrópodes contabilizados foi 24222 na parte aérea e 4302 no solo, incluindo Acarina e Hexapoda fitófagos, carnívoros e detritívoros. O tratamento de sementes com qualquer dos inseticidas estudados permitiu obter produção de feijão em média 400 kg/ha a mais que na testemunha sem inseticida, convertendo em aumento na receita de 3100,00 R$/ha (645 US$/ha). A densidade populacional de insetos sugadores (tripes principalmente, pragas-chave) nas plantas com tratamento de semente foi cerca de 3× menor que nas plantas controle, durante quase todo o ciclo de crescimento. O menor nível populacional de insetos sugadores (Thysanoptera) coincidiu com a maior produtividade de feijão, mas não no caso dos insetos fitófagos desfolhadores e minadores (Liriomyza, Chrysomelidae e Plusiinae), cuja densidade populacional não foi afetada pelos tratamentos de semente. Desses, só aquele com tiodicarbe (carbamato) reduziu em 25% as injúrias foliares de minadores e desfolhadores. O tratamento semente afetou variavelmente a artropodofauna benéfica (detritívoros, predadores e parasitoides) da parte aérea das plantas, com alguns tratamentos não afetando e outros reduzindo a abundância. A maioria dos tratamentos afetaram pouco ou nada a artropodofauna do solo, exceto a mistura comercial de imidaclopride+tiodicarbe, que reduziu em aproximadamente 50% a abundância de Formicidae. Essa também foi 25% maior no solo de plantio direto em relação ao convencional em todos os tratamentos. Esses resultados permitem concluir que o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos: 1) levou a maior colheita de feijão (400 kg/ha) e nela pouco interagiu com o sistema de cultivo; 2) reduziu em 3 vezes a população de tripes (praga-chave em cultivos de feijão); 3) afetou variavelmente a artropodofauna benéfica da parte aérea das plantas, com alguns tratamentos não afetando e outros reduzindo a abundância; 4) pouco impactou a artropodofauna edáfica, exceto pela mistura comercial imidaclopride + tiodicarbe, que reduziu significativamente Formicidae no solo da rizosfera. Palavras-chave: Phaseolus vulgaris. Manejo de pragas. Thysanoptera. Collembola. Formicidae. Diamida. Mistura carbamato–neonicotinoide.