Produtividade de hortaliças (alface, brócolis e rúcula) em resposta ao tratamento com ácidos húmicos e bactérias promotoras de crescimento em unidades de agricultura familiar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Meirelles, Ana Flávia Mairinck
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8227
Resumo: A produção de hortaliças é uma atividade agrícola que gera renda e empregos para milhões de brasileiros, além da produção de alimentos fundamentais a uma dieta equilibrada e saudável. A alface, o brócolis e a rúcula são hortaliças com espaço no mercado nacional, o qual tem como desafio atender à procura e melhorar a qualidade dos produtos. Esses cultivos são exigentes em nutrientes e os solos brasileiros, em sua maioria, carecem de fertilidade natural para suprir essa demanda, necessitando de elevadas doses de fertilizantes para alcançar incrementos na produtividade e qualidade. Uma opção para esse problema é o uso de resíduos orgânicos e microorganismos benéficos, ambos com grande potencial para reduzir o uso de fertilizantes minerais, por atuarem em processos fisiológicos das plantas estimulando o crescimento e desenvolvimento vegetal. Estudos comprovam que frações bioativas da matéria orgânica, como os ácidos húmicos (AH), afetam o metabolismo das plantas provocando uma série de respostas, entre elas o aumento da produtividade. As bactérias promotoras de crescimento em plantas (BPCP) realizam simbioses que promovem benefícios à planta hospedeira, incluindo absorção, assimilação e fixação de nutrientes, antibioses e resistência a estress. Por essas características os AH e as BPCP podem incrementar a produtividade vegetal, sendo, portanto, o objetivo desse estudo avaliar a eficiência da aplicação de ácidos húmicos e de bactérias promotoras de crescimento, isolada e combinada, em incrementar a produtividade e a qualidade nutricional de hortaliças (alface, brócolis e rúcula) em sistemas convencionais de cultivo. O experimento foi realizado em campo com produtores rurais familiares em sistema de cultivo convencional, em delineamento em blocos casualizados, consistindo de 4 tratamentos para cada hortaliça testada e 5 repetições: aplicação isolada de AH e bactérias (BPCP), aplicação conjunta de AH e BPCP, via pulverização foliar no momento do transplantio das mudas para o canteiro e como controle (CONTR), o manejo convencional dos agricultores para a obtenção de hortaliças com padrão comercial na CEASA da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os AH utilizados foram isolados de compostagem de esterco bovino e as BPCP foram extraídas de orquídea Cymbidium sp.. Foram avaliadas as características de crescimento das espécies (altura, comprimento e largura da maior folha, circunferência, diâmetro e massa fresca e seca da porção comercial das plantas) e o conteúdo de nutrientes minerais (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn). Os resultados foram submetidos à ANOVA, os efeitos dos tratamentos, assim como o efeito de cada tratamento entre as três hortaliças foram comparados por contrastes médios, utilizando o Teste F, no software estatístico R. Os tratamentos bioestimulantes promoveram incremento nas características de produtividade e no conteúdo de nutrientes minerais das hortaliças testadas. A alface foi à hortaliça com maior incremento relativo, com incremento na maioria das variáveis avaliadas, sendo o tratamento combinado de AH+BPCP, 48% superior ao CONTR em relação à biomassa seca produzida. O brócolis apresentou respostas positivas e negativas aos tratamentos com bioestimulantes, com resultados diversas vezes não significativos, mas apresentando aumento significativo do conteúdo de alguns nutrientes minerais avaliados em relação ao controle. A rúcula também apresentou respostas positivas, com incrementos nas características de crescimento e no conteúdo de nutrientes, principalmente na biomassa fresca e seca da parte aérea (tratamento com AH+BPCP 44% superior ao CONTR, tratamento BPCP 54% maior que o CONTR, respectivamente), além de obter incremento em todos os nutrientes avaliados. As espécies avaliadas responderam de forma distinta às mesmas doses de bioestimulantes, com a alface apresentando as melhores respostas nos tratamentos AH e AH+BPCP e a rúcula com as melhores respostas ao tratamento BPCP. O brócolis apresentou crescimento inferior às outras plantas em todos os tratamentos. A aplicação combinada de AH e BPCP destaca-se como tecnologia a ser empregada no cultivo de alface e rúcula, incrementando a produtividade e o conteúdo de nutrientes minerais dessas hortaliças.