Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Elisabeth de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9235
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Resumo: |
Caatinga é o termo genérico para designar um complexo de vegetação decídua e xerófila constituída de vegetais lenhosos, rica em cactáceas e brome- liáceas rígidas. Os recursos florestais da caatinga representam uma fonte de energia artesanal e industrial tradicional, sendo utilizado como lenha das padarias às fábricas de doces, das olarias às caieiras, das indústrias de torrefação de café ao consumo doméstico (urbana e rural). Apesar da importância da vegetação da caatinga como fonte de energia, ainda é grande a carência de informações, principalmente quanto ao aspecto tecnológico, ou seja, sobre as características da qualidade da madeira e do carvão produzido pelas espécies do semi-árido. Portanto, o objetivo deste estudo foi estabelecer a variabilidade da qualidade da madeira e do carvão como determinantes da discriminação das espécies Croton sonderianus Müll. Arg., Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. e Aspidospema pyrifolium Mart., de ocorrência no semi-árido do Nordeste do Brasil, e de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, usado como referência, tendo como elementos de avaliação as características dendrométricas, anatômicas e químicas da madeira, assim como os rendimentos dos produtos da carbonização, e as propriedades químicas e físicas do carvão vegetal. Foi também avaliada a decomposição térmica da madeira por meio de análises termogravimétrica e de calorimetria diferencial exploratória. Os resultados foram interpretados com o auxílio de análises univariadas (ANOVA e teste de média - teste de Tukey) e análises multivariadas, empregando o método de otimização de Tocher, com base na distância euclidiana média, nos componentes principais e nas análises discriminantes. Foi utilizada madeira de Croton sonderianus, Mimosa tenuiflora e Aspidosperma pyrifolium, provenientes de três localidades diferentes da microrregião de Patos – PB, e de Eucalyptus grandis, oriundo de três locali- dades diferentes, da microrregião de Viçosa – MG (área experimental de Cachoerinha e Silvicultura/UFV e em Belo Oriente – CENIBRA). A espécie Croton sonderianus apresenta poros predominantemente solitários, geminados e múltiplos em agrupamento radial; poros distribuídos em porosidade em anel semicircular; parênquima axial variando de paratraqueal escasso a apotraqueal difuso; raios predominantemente multisseriados e bisseriados, sendo menos freqüentes os unisseriados; fibras de paredes espessas e muito curtas. A espécie Mimosa tenuiflora apresenta poros predominantemente solitários, geminados e múltiplos em agrupamento radial; poros distribuídos em porosidade difusa uniforme; parênquima axial paratraqueal vasicêntrico, vasicêntrico confluente, aliforme e aliforme confluente; raios multisseriados, bisseriados e, menos freqüentemente, unisseriados; fibras de paredes espessas e muito curtas. A espécie Aspidosperma pyrifolium apresenta poros predominantemente solitários, ocorrendo também geminados e múltiplos em agrupamento radial; poros distribuídos em porosidade difusa uniforme; parênquima axial apotraqueal em faixas e difuso; raios predominantemente unisseriados, muito raramente com duas células; fibras de paredes espessas e muito curtas. O Eucalyptus grandis apresenta poros predominantemente solitários, ocorrendo também geminados e múltiplos em agrupamento radial; poros distribuídos em porosidade difusa; parênquima axial variável de paratraqueal escasso a paratraqueal vasicêntrico, pouco abundante; raios predominantemente unisseriados, ocorrendo também os bisseriados; fibras com paredes de espessura média e curtas. A característica que mais contribuiu para a distinção das espécies foi a porosidade. Pelas análises univariadas e multivariadas constatou-se que houve dissimilaridade entre as espécies e que as características dendrométricas e de qualidade da madeira são as principais responsáveis pela dissimilaridade entre as espécies. Dentre essas, a DBM e o volume apresentaram-se como características de maior importância na dissimilaridade. As características anatômicas mais importantes na dissimila- ridade foram o comprimento e a espessura da parede da fibra, e as menos relevantes foram a largura e a área de vaso. Dentre as características químicas, a mais importante foi o teor de holocelulose. Quando foram avaliadas as carac- terísticas de qualidade do carvão, constatou-se que as mais importantes para a dissimilaridade entre as espécies foram densidade aparente, teor de carbono fixo e densidade verdadeira. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que as três espécies de ocorrência no semi-árido Nordestino apresentam boas caracte- rísticas para produção de carvão, tendo as espécies Mimosa tenuiflora e Aspidosperma pyrifolium apresentado o melhor resultado. |