Aspectos nutricionais e comportamentais relacionados à inclusão de volumoso na alimentação de emas em fase de crescimento
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1891 |
Resumo: | As emas, como ratitas, apresentam adaptações anatômicas e fisiológicas que as tornam capazes de fazer o aproveitamento de alimentos fibrosos na dieta. Objetivou-se testar a adequação do feno de capim napier e do feno de rami para utilização na alimentação de emas em cativeiro, determinando os valores de digestibilidade aparente da energia, fibra, proteína e minerais de uma ração basal com inclusão do feno de capim napier e de feno de rami, comparar duas técnicas para determinação destes coeficientes e identificar possíveis mudanças no comportamento ingestivo dos animais. Foi preparada uma ração basal para testar com 0%, 15% 30% e 45% de inclusão de feno de capim napier, no primeiro experimento, e, com feno de rami no segundo. As dietas foram acrescidas de 0,5% de óxido crômico (Cr2O3) para identificar diferenças entre os métodos. O delineamento utilizado foi o quadrado latino 4x4 com 2 repetições, onde cada animal representou uma unidade experimental. Foram utilizados oito machos alojados individualmente. Cada período experimental era composto de 2 dias para transição entre as dietas, 5 dias de adaptação e 5 dias de coleta de excretas que foram coletadas com a utilização de bolsas coletoras de material plástico. As excretas coletadas foram congeladas e depois homogeneizadas e analisadas em laboratório para determinação da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra bruta, matéria mineral e energia bruta. Para avaliação do comportamento foi utilizado o modelo focal onde, para registrá-lo, foi criada uma planilha, preenchida por quatro observadores que, avaliavam simultaneamente dois animais de um mesmo tratamento cada um, anotaram os comportamentos de relevância, que foram contados e avaliados posteriormente. Os animais foram pesados no início e no fim de cada período experimental. O consumo foi notadamente influenciado pela inclusão do feno de capim napier, pois o volume destas rações eram visivelmente maiores. Com relação aos coeficientes de digestibilidade de proteína bruta (CDAPB), de matéria mineral (CDAMM) e de fibra bruta (CDAFB), em ambos os experimentos, não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos. Os coeficientes de digestibilidade aparente de matéria seca (CDAMS) e de matéria orgânica (CDAMO) diferiram significativamente entre os tratamentos, sendo inversamente proporcional ao nível de inclusão de feno de capim napier. Os CDAMO, o mesmo foi observado no experimento com feno de rami, diferente dos CDAMS, que não apresentaram diferenças entre os tratamentos, contudo vale ressaltar que de forma geral os valores são pelo menos 30% menores que os apresentados no experimento com inclusão de feno de capim napier. As técnicas foram avaliadas quanto à produção de matéria seca fecal (MSF), determinação da energia metabolizável (EM), ao consumo de energia metabolizável (CoEM), ao coeficiente de metabolização da energia bruta (CMEB) e CDAMS. No experimento com feno de capim napier, não foram encontradas diferenças significativas em nenhum dos tópicos avaliados, contudo, a técnica que usa o cromo apresentou ligeiro aumento nos valores. Diferente dos resultados com feno de capim napier, todos os valores de EM, os CoEM, os CMEB e os CDAMS obtidos com a inclusão de feno de rami, apresentaram valores significativamente diferentes entre as técnicas, em todos os tratamentos, além de apresentarem diferentes resultados nas médias dos tratamentos, modificando completamente a interpretação dos dados do experimento. Quanto ao comportamento ingestivo, não houve diferenças significativas (SNK, 5%) entre os tratamentos em nenhum dos ensaios, excetuando o tratamento com 0%. O consumo de água no ensaio com feno de rami foi pelo menos 30% maior que no ensaio com feno de capim napier. A produção de excretas diferiu significativamente (SNK, 5%) entre os tratamentos 0% e 45% em ambas as fontes. Não foram encontradas diferenças significativas na variação de peso dos animais entre tratamentos. Contudo, o tratamento que promoveu maior ganho foi o de 30% de feno de rami (68,44 g/dia) e o de menor foi o de 30% de feno de capim napier (3,96g/dia). Nos tratamentos com feno de capim napier a freqüência de excreção foi 40% maior que nos tratamentos com feno de rami. Os animais dos tratamentos 0% de inclusão de feno de capim bicaram 60% mais as fezes que os dos demais tratamentos porque estas conteriam grande quantidade de nutrientes produzidos pelo metabolismo do ceco-cólon. Com base neste estudo conclui-se que não só a quantidade e a qualidade de fibra, causa interferências no aproveitamento da dieta, e se refletem causando ligeiras alterações no comportamento ingestivo dos animais. As fibras parecem ainda, interferir na técnica que usa o cromo como marcador, em estudos de digestibilidade. São então, necessários outros estudos para esclarecer melhor estes efeitos. |