Alteração da membrana espermática de suínos, bovinos e eqüinos na qualidade do sêmen

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Amorim, Elenice Andrade Moraes e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1689
Resumo: Este trabalho foi realizado com o objetivo de estudar os efeitos da alteração da membrana plasmática de espermatozóides suínos, bovinos e eqüinos sobre a qualidade espermática. Três estudos, com diferentes espécies, foram desenvolvidos. O primeiro estudo foi dividido em 4 experimentos (E), no E1 objetivou-se avaliar a adição de fontes de óleo e níveis de suplementação de vitamina E na ração sobre a composição de ácidos graxos em espermatozóides de suínos. Foram utilizados 24 suínos machos reprodutores Dalboard 85, com idades entre 12 e 18 meses, distribuídos num delineamento inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2 X 3, com duas fontes de óleo (soja e salmão) e três níveis de antioxidantes (150, 300 e 450 mg de vitamina E/kg). A ração com óleo de salmão reduziu (P<0,05) o teor de ácidos graxos &#969;6, especificamente do ácido docosapentanóico (C22:5&#969;6; DPA) e aumentou (P<0,05) o teor do ácido docosahexanóico (C22:6&#969;3; DHA). Com exceção destes ácidos graxos que apresentaram diferença significativa, nenhuma alteração foi observada nos demais ácidos graxos analisados (P>0,05). O aumento do teor do ácido DHA (P<0,05) nos espermatozóides dos animais tratados com óleo de salmão foi de 34,67 para 45,5%, ao contrário do ácido DPA, que diminuiu de 23,3 para 11,4%, considerando da 1a para a 10a semana. O teor de vitamina E nos espermatozóides de suínos não foi alterado (P>0,05) em relação a fonte de óleo e os níveis de vitamina E nas rações. No E2, objetivou-se avaliar a adição de fontes de óleo e níveis de suplementação de vitamina E na ração sobre as características seminais de sêmen in natura de suínos reprodutores. O volume, motilidade espermática total, teste hiposmótico (HOST), porcentagem de espermatozóides vivos e morfologia espermática não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos. Houve efeito do óleo de salmão (P<0,05) sobre o vigor espermático. O nível de vitamina E adicionado na ração influenciou (P<0,05) a concentração espermática, no entanto, não foi observada diferença entre as fontes de óleo (P>0,05). Os animais tratados com óleo de salmão apresentaram menor (P<0,05) concentração de antioxidantes totais no sêmen que os animais tratados com óleo de soja. Efeito linear (P<0,05) da vitamina E sobre a concentração de antioxidantes totais foi observado. No E3, objetivou-se avaliar a adição de fontes de óleo e níveis de suplementação de vitamina E na ração sobre as características seminais de sêmen suíno resfriado a 17 e 5 oC. A motilidade e o HOST dos espermatozóides dos animais tratados com óleo de salmão a 17 e 5 oC foi superior (P<0,05) que os tratados com óleo de soja, após 24, 48 e 72 horas. O tratamento com óleo de salmão aumentou (P<0,05) o vigor espermático em ambas as temperaturas avaliadas após 24 e 48 horas. A motilidade, vigor e HOST a 17 e 5 oC diferiram (P<0,05) em relação ao período em que foram acondicionados, onde 24>48>72 horas. A morfologia anormal total aumentou (P<0,05) no sêmen dos animais tratados com óleo de soja e resfriados a 17 oC, enquanto que o sêmen a 5 oC não apresentou diferença (P>0,05) entre os tratamentos. A morfologia anormal foi maior (P<0,05) no sêmen a 5 oC que a 17 oC, após 24, 48 e 72 horas. O sêmen a 5 oC apresentou parâmetros de viabilidade (motilidade, morfologia e Host) inferior (P<0,05) ao sêmen a 17 oC. No E4, objetivou-se avaliar a adição de fontes de óleo e níveis de suplementação de vitamina E na ração sobre a criopreservação de sêmen suíno. O congelamento do sêmen reduziu (P<0,05) a qualidade espermática quando compararmos com os resultados do sêmen in natura, independente do tratamento. Após o descongelamento, o sêmen dos animais tratados com óleo de soja na ração reduziu (P<0,05) a motilidade espermática total, vigor espermático, porcentagem de espermatozóides vivos e HOST. A motilidade média do sêmen após a diluição, e durantes as etapas do congelamento foi de 85 e 84 para os animais tratados com óleo de salmão e soja, respectivamente. Entretanto, após o descongelamento, a motilidade dos animais tratados com óleo de salmão e soja reduziu para 30 e 24%, respectivamente (P<0,05). Para a porcentagem de espermatozóides vivos e a morfologia espermática do sêmen dos animais que foram suplementação com óleo de soja apresentaram maiores valores (P<0,05) que os tratados com óleo de salmão na ração. No segundo estudo, objetivou-se comparar o efeito da adição de outros tipos de conjugados de colesterol, onde a incorporação aumente a fluidez da membrana a baixas temperaturas conseqüentemente aumentando a sobrevivência após criopreservação. Neste estudo, ejaculados de quarto touros foram divididos em três experimentos (E). Os ejaculados de cada touro foram diluídos para a concentração de 120 milhões em diluente Tris. No E1 e E2, o sêmen diluído foi subdividido em quarto tratamentos (T): T1: controle; T2: 1,5 mg colesterol/120 milhões células (controle positivo); e T3/T4: 1,5 mg/120 milhões células de ciclodextrina carregada com colestanol ou desmosterol. No E3, o sêmen diluidor foi subdividido em 10 tratamentos: T1: controle; T2: 0,75 mg e T3: 1,5 mg (Heptanato); T4: 0,75 mg e T5: 1,5 mg (Palmitato); T6: 0,75 mg e T7: 1,5 mg (Pelargonato); T8: 0,75 mg e T9: 1,5 mg (esterato), e T10: 1,5 mg CLC/mL (controle positivo). Em todos os experimentos, os espermatozóides ficaram incubados por 15 minutos a 22 °C para permitir a incorporação dos conjugados de colesterol. Após este período, amostras do E1 de cada tratamento foram usadas para determinar a motilidade e tolerância osmótica, e a habilidade do sêmen fresco se ligar a zona pelúcida (ZP), utilizando o sistema de análise computadorizado Hamilton Thorne Motility Analyser (CASA) e, da membrana perivitelina da gema de ovo (CEPM) utilizando microscópio de epifluorescência. Nos E2 e E3, os espermatozóides foram diluídos na proporção de 1:1 (v:v) em Tris com 20% gema de ovo (EY) e resfriado para 5 oC. Após resfriamento, outra diluição 1:1 (v:v) com Tris contendo 10% EY and 16% glicerol para concentração final de 30 milhões de espermatozóides e seguido de um período de equilíbrio de 15 minutos antes de envasar em palhetas de 0,5 mL, congelar em vapor de nitrogênio liquido por 20 minutos e imergir dentro do nitrogênio liquido para armazenar. Amostras de sêmen foram descongeladas para determinar a motilidade (E2 e E3), habilidade dos espermatozóides se ligarem a ZP (E3) e a CEPM (E2), e a viabilidade (E3) utilizando citômetro de fluxo Epics V. Diferenças entre os tratamentos para todos os parâmetros foram determinadas usando ANOVA. Para E1, sêmen fresco tratado com CLC resultou num maior número de ligação a ZP se comparado com todos os outros tratamentos (P<0,05). Nenhuma diferença foi observada entre ZP e CEPM (P>0,05). A motilidade espermática foi maior para amostras de sêmen fresco tratadas com colesterol, colestanol ou desmosterol carregado pela ciclodextrina que as do controle (P<0,05) quando os espermatozóides foram expostos a diferentes soluções osmóticas, e então retornadas para isosmolalidade. Para o E2, após a criopreservação, a motilidade espermática e o número de espermatozóides ligados a CEPM não diferiu para os espermatozóides tratados com CLC e colestanol comparados aos tratados com desmosterol (P>0,05). Todos os tratamentos apresentaram alta motilidade e eficiência de ligação que os espermatozóides do grupo controle (P<0,05). E para o E3, altas porcentagens da motilidade espermática e da viabilidade celular foram mantidas após descongelamento dos espermatozóides tratados com CLC e pelargonate comparados aos outros tratamentos (P<0,05). A motilidade espermática e o número de espermatozóides ligados a CEPM foram superiores para as células tratadas com CLC (P<0,05). No terceiro estudo, objetivou-se comparar o efeito da adição de colesterol e colestanol carregados pela ciclodextrina em espermatozóides de garanhões antes da criopreservação para melhorar a sobrevivência espermática. Os ejaculados de oito garanhões foram diluídos para 120 milhões de espermatozóides em diluente STALP. Os espermatozóides diluídos foram subdivididos em três tratamentos (T): T1: controle; T2: 1,5 mg colesterol/120 milhões células (controle positivo); e T3: 1,5 mg/120 milhões células de ciclodextrina carregada com colestanol. Em todos os experimentos, os espermatozóides ficaram incubados por 15 minutos a 22 °C para permitir a incorporação dos conjugados de colesterol. Após este período, o semen foi diluído 1:5 (v/v) com diluente Lactose- Gema de ovo e resfriado para 5 oC durante 2 horas. Em seguida, o sêmen foi envasado em Palhetas de 0,25 ml, congelada em vapor de nitrogênio líquido por 10 minutos, e então imergidos dentro do nitrogênio líquido até o descongelamento. Diferenças entre os tratamentos foram determinadas usando ANOVA. A motilidade espermática continuou alta após o descongelamento das amostras quando 1,5 mg de CLC foi adicionada para os espermatozóides de garanhões cujos espermatozóides não resistem muito bem ao congelamento, quando comparado aos espermatozóides tratados com colestanol destes mesmo garanhões (P<0,05).