Fitotoxicidade, potencial inseticida e seletividade a organismos não alvos de Ficus carica Linn (Moraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Britto, Isabella Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28585
Resumo: O uso incorreto de defensivos agrícolas convencionais tem impactado de forma negativa o meio ambiente, produtores rurais, consumidores e tem levado a busca de novas fontes de agroquímicos que sejam menos danosas, como defensivos oriundos de extratos vegetais. No presente trabalho, foi avaliada a potencial atividade inseticida da espécie vegetal Ficus carica e alguns de seus compostos isolados, investigando os componentes bioativos. Foram produzidos extratos a partir de folha (FCF) e galho (FCG) de F. carica por percolação exaustiva empregando etanol como solvente. Os extratos foram testados frente ao percevejo-marrom-da-soja no estágio adulto e no terceiro instar do desenvolvimento. Foi conduzida uma curva de mortalidade dose-resposta em ninfas no terceiro instar de E. heros e calculada a CL 50 dos extratos. FCG foi selecionado para a etapa de cromatografia em coluna de sílica-gel, isolamento e purificação. Os grupos resultantes, juntamente com FCG, foram analisados por HPLC-DAD. FCG e FCF foram estudados quimicamente por UHPLC-ESI-MS/MS. Os grupos mais promissores obtidos da cromatografia em coluna foram testados em ninfas de percevejo no valor da CL 50 do extrato de galho. A seletividade de FCG também foi estudada em relação ao alvo agrícola Drosophila suzukii e a segurança foi analisada nos insetos benéficos Apis mellifera, Parthamona helleri, Eriopis connexa, Coleomegilla maculata e Chrysoperla externa. FCG e FCF não foram tóxicos para o percevejo-marrom adulto, mas apresentou elevada mortalidade contra as ninfas, de forma que a CL 50 fornecida pela curva de mortalidade foi 5,9 mg/mL. Os compostos majoritários dos grupos analisados por HPLC-DAD (G5, G6, G7, G8, G9, G18 e G20) foram duas furanocumarinas: psoraleno e bergapteno. Os grupos destinados a atividade biológica (G5, G7, G8, G18 e G20), com exceção de G20, mostraram mortalidade a cima de 50% e G7, grupo que detinha mistura das duas furanocumarinas, foi quem apresentou maior mortalidade mostrando que a ação inseticida do extrato de galho possivelmente está associada a presença das duas furanocumarinas. Os extratos FCG e FCF não foram tóxicos para D. suzukii e mostraram-se seguros para os insetos benéficos estudados. Logo, o extrato etanólico de galho de F. carica é seletivo para o percevejo-marrom-da-soja E. heros e, ao mesmo tempo, seguro para os organismos não alvo estudados, podendo ser um potencial defensivo agrícola botânico utilizado como ferramenta para o controle de pragas. Palavras-chave: Defensivo agrícola. Extrato de planta. Ficus carica. Euschistus heros. Percevejo. Inseticida. Mortalidade. Segurança. Seletividade.