Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Carmo, Amanda Juliana do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22096
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Resumo: |
Na sociedade atual, a evasão universitária é um tema em voga, cujos debates se tornaram mais intensos, à medida que se observa o crescente aumento da busca pela formação de nível superior, especialmente entre os jovens. Reconhecendo que há uma supervalorização da escolarização, o que culmina na existência do mito da educação salvacionista, questiona-se que a formação acadêmica não é o único fator que garante a mobilidade social e a empregabilidade, conforme o ideário capitalista tem apregoado. Por outro lado, as famílias e a sociedade, sob a premissa de que a educação promove, via de regra, ascensão socioeconômica, tendem a pressionar os indivíduos para que cumpram o ritual da diplomação universitária. Nessas circunstâncias, a inconclusão do curso superior pode gerar prejuízos diversos não somente a nível macro, ao país e à sociedade, mas também a nível micro, ao sujeito e ao seu projeto de vida. Salientando que a evasão é uma problemática comum a todas as instituições de ensino superior, o objetivo geral do presente estudo consistiu em investigar a evasão da UFV- campus Viçosa, com enfoque no abandono da instituição, e suas repercussões na trajetória e no projeto de vida dos jovens. Para tanto, buscou-se identificar os estudantes jovens evadidos da referida instituição nos dois últimos anos (2015 e 2016), traçando, também o perfil socioeconômico deles e de suas famílias; verificar as representações sociais dos jovens evadidos sobre a formação educacional e a relação dessas com a elaboração do projeto de vida do jovem; compreender a inter-relação entre projeto de vida do jovem evadido e o projeto familiar; e descrever as razões da evasão universitária e suas repercussões na trajetória e no projeto de vida do jovem. Como caminho metodológico, utilizou-se da abordagem quanti-qualitativa, dividida em duas etapas: a primeira, quantitativa, abarcou o levantamento de dados no Registro Escolar da UFV e a aplicação de questionário survey online, os quais foram analisados via estatística simples, com a utilização do software Excel. A segunda etapa, qualitativa, englobou a realização de entrevistas semiestruturadas, cuja análise foi concluída por meio do Método Tridimensional de Análise do Discurso, de Fairclough, e das reflexões pautadas no arcabouço teórico adotado. Os resultados indicaram que o abandono da UFV- campus Viçosa representou o percentual de 36,93% da evasão na instituição, no período de 2015 a 2016. Contatou-se, também, que os jovens evadidos possuem representações sociais de que a educação e o ensino superior são o caminho para a mobilidade social e para a empregabilidade. Além de que há um atrelamento entre o projeto de vida dos jovens e o de seus familiares, os quais são direcionados por ideologias do contexto neoliberal a optarem pela formação universitária, a fim de obter melhores condições de vida. Em relação às razões para a evasão, os jovens entrevistados indicaram: assédio moral por parte do corpo docente, questões socioeconômicas, não identificação com o curso e mudança para outra instituição próxima à residência de origem. Contudo, prevaleceram razões de cunho psicológico. No que diz respeito às repercussões da evasão, os jovens elencaram prejuízos econômicos, emocionais e depressão. A evasão, para a maioria dos evadidos, alterou a trajetória de vida, ocasionando prejuízos de tempo e atraso na inserção social via mercado de trabalho, culminando, ainda, na reelaboração do projeto de vida. No mais, considerou-se, a partir dos relatos dos jovens, que a universidade deve investir em melhoria do atendimento psicossocial da instituição, de maneira a elaborar ações que possam oferecer um maior apoio às questões dos discentes. Por fim, evidenciou-se que apesar dos limites da pesquisa quanto ao acesso aos dados dos evadidos, a partir das constatações deste estudo, abre- se um leque de possibilidades de novas pesquisas, por diferentes lentes, podendo desvelar evasão por curso, por centro acadêmico, por ano, entre outros, o que pode contribuir para que surjam ações para dirimir com a evasão universitária. |