Relação proteína bruta/carboidratos não fibrosos em dietas de juvenis de pacamã (Lophiosilurus alexandri)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira Junior, José Carlos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/25637
Resumo: O pacamã, Lophiosilurus alexandri, peixe de habito alimentar carnívoro e comportamento sedentário, apresenta potencial para criação em cativeiro, em função do seu potencial de crescimento, alto rendimento de filé, qualidade de carne - isenta de espinhos intramusculares -, e potencial uso como espécie ornamental. Espécies carnívoras são menos tolerantes à altos níveis de carboidratos, e mais exigentes em proteína, do que espécies herbívoras e onívoras. Todavia, a inclusão de carboidratos na dieta de espécies carnívoras, em níveis adequados, pode contribuir para maximizar o crescimento, aumentando a eficiência de produção, além de diminuir o custo da dieta e a produção de excretas nitrogenadas pelos peixes. Portanto, com esta pesquisa objetivou-se avaliar diferentes relações de proteína bruta/carboidratos não fibrosos (PB/CNF) sobre o desempeho desempenho produtivo e eficiência de utilização dos nutrientes de juvenis de pacamã (Lophiosilurus alexandri). Foram desenvolvidos dois ensaios consecutivos, sendo o primeiro em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e três repetições, no qual foram avaliados: desempenho produtivo, composição corporal, histomorfometria e variáveis metabólicas do fígado e músculo, e variáveis plasmáticas dos juvenis de pacamã. O segundo foi conduzido em esquema quadrado latino (4X4), no qual se determinou os coeficientes de digestibilidade aparente das dietas. Em ambos os ensaios os tratamentos constaram das relações:0,78; 1,02; 1,26 e 1,60 Proteína bruta/carboidrato não fibroso (PB/CNF); sendo isoenergéticas (4573 ± 33 Kcal. Kg-1) e isolipídicas (11,7 ± 0,4 %), com as mesmas relações proteína animal/proteína vegetal (0,94), percentual de lisina (5,55 %) e metionina (2,55 %) em relação à proteína dietética, diferindo apenas na adição de 0,1 % óxido de cromo III, nas dietas utilizadas durante o segundo ensaio. Relações estimadas entre 1,10 e 1,37 PB/CNF foram as que resultaram no melhor desempenho produtivo de juvenis de pacamã, como evidenciado pelo maior ganho de peso (GP) e taxa de crescimento específico (TCE) e melhor conversão alimentar (CA). As correlações positivas entre GP e TCE com a frequência de fibras musculares com diâmetro maior que 50 μm (FMG) mostram que o aumento de peso ocorreu principalmente devido a hipertrofia das fibras musculares. Relações PB/CNF adequadas proporcionaram maior concentração de glicogênio, proteínas totais e lipídios totais no tecido muscular, os quais foram positivamente correlacionados com a hipertrofia das fibras musculares, e com o crescimento dos juvenis de pacamã. O pior desempenho produtivo e menor eficiência de utilização dos nutrientes observados para os peixes alimentados com a dieta 0,78 PB/CNF devem estar relacionados com a baixa digestibilidade dos carboidratos não fibrosos pelo pacamã. As menores relações PB/CNF também apresentaram os menores coeficientes de digestibilidade da proteína, energia e gordura bruta. No entanto, a boa tolerância a carboidratos não fibrosos dos pacamãs é reforçada pela ausência de mortalidade, alterações glicêmicas ou acúmulo de gordura nas vísceras ou na carcaça. A obtenção de energia através de aminoácidos mostra-se menos eficiente do que de carboidratos não fibrosos, sendo que o excesso de proteína na dieta promoveu queda no desempenho produtivo, sobrecarga do tecido hepático, hiperlipidemia e insuficiência renal nos juvenis de pacamã. Embora haja melhoria na qualidade de carcaça, evidenciada pela maior concentração de proteína na carcaça dos juvenis de pacamã alimentados com as dietas contendo as maiores PB/CNF. Portanto, recomenda-se a utilização de relações PB/CNF entre 1,10 e 1,37 para juvenis de pacamã por potencializar o desempenho dos animais, sem prejudicar a saúde dos mesmos.