O milho e os patos: relações culturais e político-econômicas em Patos de Minas-MG (1959-2023)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Patrimônio Cultural, Paisagens e Cidadania |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/31574 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.536 |
Resumo: | Este trabalho busca compreender e elucidar as relações entre o milho e a cidade de Patos de Minas, localizada no Triângulo/Alto Paranaíba. A ligação da região onde hoje está situado o município com o milho é milenar – ou seja, muito anterior à própria existência da cidade. O cereal era a base da alimentação dos povos indígenas que ali viveram. Apesar do envolvimento de dependência do milho com o ser humano que habita essa região (e vice- versa) transpor séculos e milênios, essa relação foi extremamente modificada ao longo do tempo – sobretudo nas últimas sete décadas. Diversos costumes e modos de fazer foram mantidos ou ligeiramente adaptados, mas tradições foram inventadas e são repetidas ano após ano – como a Festa do Milho, criada em 1959. Muitas dessas tradições trazem consigo, mesmo que de maneira implícita e às vezes pouco percebida pela sociedade, uma carga de interesses econômicos e políticos impostos por quem as cria ou por quem as apropria. A maior parte das relações de poder e das apropriações de espaços e práticas populares é silenciada e/ou negligenciada por uma historiografia cuja abordagem é predominantemente laudatória. Utilizando um discurso hegemônico, uma elite dominante molda e controla a forma como os fatos são percebidos, compreendidos e organizados na sociedade. Durante o estudo, o propósito foi olhar essa historiografia sob uma visão crítica, que pensa os porquês e questiona as narrativas impostas. Tudo isso perpassa pelas relações do agronegócio (desde sua gênese, na Revolução Verde) com os lugares de presença do milho na cultura patense – sobretudo quanto ao cultivo do grão e as influências e apropriações do setor durante a Festa Nacional do Milho. Além disso, os objetivos do trabalho visam a analisar a influência do milho na cultura popular de Patos de Minas, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. Isso se manifesta por meio de sua presença como planta nas atividades agrícolas, como alimento nas práticas culinárias, como elemento celebrado na Festa Nacional do Milho e como expressão artística em trabalhos artesanais. Ou seja, o milho é reconhecido como um valioso patrimônio cultural imaterial de Patos de Minas. Inclusive se faz presente, de fato, quando o Feitio da Pamonha se torna um bem registrado pela administração municipal. Palavras-chave: Milho. Patos de Minas. Patrimônio. Memória. Identidade. |