Avaliação de risco ambiental associado a produtos farmacêuticos e desreguladores endócrinos em águas superficiais brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rezende, Amanda Teixeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Engenharia Civil
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30562
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.782
Resumo: Os fármacos e desreguladores endócrinos são considerados micropoluentes orgânicos ou contaminantes de preocupação emergente, por serem capazes de causar efeitos adversos aos ecossistemas e ao homem, mesmo em baixas concentrações no ambiente. A ocorrência desses contaminantes em águas superficiais tem sido reportada em diversos países, inclusive no Brasil, em concentrações na ordem de ngL -1 , enquanto as concentrações em que são observados efeitos tóxicos são, frequentemente, na faixa de mgL -1 a µgL -1 . Entretanto, embora os efeitos decorrentes desta poluição sejam estudados, poucos trabalhos caracterizam os riscos aos quais estes ecossistemas estão expostos. Desta forma, a proposta do presente trabalho foi avaliar o risco ambiental ao qual diversos corpos hídricos brasileiros estão sujeitos, em decorrência da presença de produtos farmacêuticos e estrogênios naturais e sintéticos. Ao todo foram selecionados 29 compostos presentes em cursos hídricos brasileiros, dentre os quais o grupo dos desreguladores endócrinos foi o mais detectado (39,8% das concentrações reportadas), em segundo lugar tem-se os anti-inflamatórios (16,3%), seguido do estimulante cafeína (8,7%) dos antibióticos (6,6%), antisséptico (tendo tricolsan como único representante), analgésicos (5,1%), anti-hipertensivos (4,6%), e em menor proporção, controladores lipídicos, anticonvulsivos e antidepressivos, anti- histamínicos, antivirais e corticoides . Bisfenol-A (BPA) foi o composto detectado com maior frequência nas águas superficiais brasileiras, seguido da cafeína (CAF), do diclofenaco (DCF), 17-β-estradiol (E2), 17-α-etinilestradiol (EE2), naproxeno (NPX), triclosan (TCS) e 4-n-nonilfenol (NP). Ao avaliar a ecotoxicidade intrínseca dos compostos selecionados, verificou-se que 58,6% destes são considerados tóxicos ou muito tóxicos. Constatou-se que 38% corpos hídricos estudados foram classificados como “risco alto” (hazard index, HI > 1,0). Os compostos desreguladores endócrinos se mostraram determinantes na caracterização do risco ambiental, sendo os hormônios EE2 e E2 consideravelmente mais tóxicos que BPA e NP. Além dos desreguladores endócrinos, os grupos farmacológicos considerados de maior risco médio associado foram os anti-inflamatórios, seguido dos anticonvulsivos. Considerando os fármacos individualmente, tem-se em ordem decrescente de risco: o diclofenaco, triclosan, carbamazepina, sertralina, ibuprofeno e diazepam. Palavras-chave: Ambiente aquático. Contaminantes de preocupação emergente. Fármacos. Hormônios. Micropoluentes orgânicos. Risco ecológico.