Diversificação agropecuária e mudança climática no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Piedra Bonilla, Elena Beatriz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28317
Resumo: A variabilidade climática pode impactar consideravelmente na agricultura e nos países que dependem da produção agrícola. No futuro, espera-se que a variabilidade climática aumente em certas regiões do mundo, assim como a frequência e a intensidade de eventos extremos. A diversificação agropecuária tem sido reconhecida como importante estratégia na gestão de riscos climáticos. Nesse contexto, a presente pesquisa teve como objetivo principal analisar o processo de diversificação agropecuária, compreendendo seus determinantes e seu papel como medida adaptativa às mudanças climáticas no Brasil. O estudo apresenta dois capítulos. No primeiro capítulo, a autora apresenta o arcabouço teórico e empírico da diversificação agropecuária no Brasil, utilizando abordagens socioeconômica e agronômica. Além disso, foram discutidas as possíveis formas de diversificação agropecuária, ressaltando sua importância ambiental e econômica. Para isso, analisou-se a evolução da produção agropecuária municipal com base em dois índices, Shannon e Simpson, no período 1987-2017. Os resultados revelaram tendência à especialização de culturas, principalmente na região Centro- Oeste. No entanto, a produção agropecuária municipal foi classificada na categoria “diversificada” nesse período. Os grandes produtores tiveram relação negativa com a diversificação agropecuária, o contrário dos pequenos estabelecimentos da região Sul e Centro-Oeste. No segundo capítulo, utilizando modelos em painel de efeitos fixos, foram identificados os impactos de clima extremo sobre a diversificação agropecuária; na sequência, compreendeu-se o efeito das mudanças climáticas na diversificação da produção agropecuária de acordo com cenários futuros propostos pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). Os resultados indicaram que as “médias sazonais de temperatura e precipitação”, os “dias secos consecutivos”, os “dias secos” e os “dias quentes” afetaram positivamente a diversificação, e as variáveis relativas a “geadas” e “inundações” não apresentaram efeitos estatisticamente significativos. As simulações mostraram que os municípios tenderiam a diversificar conforme o cenário climático se torne mais severo. O incremento do percentual de dias quentes no período 2045-2065 incrementaria a diversificação de culturas em 0,957% e 0,961%, nos cenários RCP4.5 e RCP8.5, respectivamente. Esses resultados podem ajudar a promover políticas públicas que fomentem práticas de diversificação, com redução de riscos climáticos na produção agrícola brasileira. Palavras-chave: Diversificação agropecuária. Variabilidade climática. Mudanças climáticas. Índices de clima extremo