Associação entre perfil de ácidos graxos do tecido adiposo, concentrações plasmáticas de citocinas pró-inflamatórias e padrão alimentar de mulheres submetidas à cirurgia bariátrica
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2800 |
Resumo: | A obesidade é caracterizada pelo peso corporal excessivo, resultante do demasiado acúmulo de gordura corporal, estocada nos depósitos de tecido adiposo, que anatômica e funcionalmente, podem ser subcutâneo ou visceral. Os adipócitos funcionam como depósitos de ácidos graxos, na forma de triacilgliceróis, bem como possuem funções endócrinas, relacionadas à secreção de fatores como hormônios e adipocinas. Dentre as adipocinas pró- inflamatórias relacionadas à obesidade, destacam-se o TNF (Fator de Necrose Tumoral) e a IL-6 (Interleucina 6). Para o tratamento da obesidade grave, a cirurgia bariátrica representa um método eficaz, com resultados sustentáveis. Diante destas considerações, o presente estudo objetivou avaliar o perfil lipídico do tecido adiposo, padrão alimentar, estado nutricional e concentrações plasmáticas de adipocinas, em mulheres submetidas a duas técnicas bariátricas, a Gastroplastia Vertical com Anel e Derivação Gástrica em Y-de- Roux (GVAYR) e Gastrectomia Vertical com Anel (GVA), a fim de investigar a associação entre a composição de ácidos graxos do tecido adiposo visceral e subcutâneo abdominal pré-cirurgia e a resposta pós-cirúrgica, referente à evolução do peso e das concentrações de TNF e IL-6; além de analisar a possível concordância entre o perfil de ácidos graxos da dieta pré-cirurgia e dos tecidos. Foram recrutadas mulheres participantes de um Programa de Combate à Obesidade. Das 288 mulheres inscritas, 33 foram selecionadas, de acordo com critérios da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM, 2006) para a realização das cirurgias bariátricas. As mulheres foram dividas entre os grupos GVA (n=19) e GVAYR (n=14) e acompanhadas nos períodos pré-cirurgia, 1, 3 e 6 anos pós-cirurgia. Realizaram-se coletas de sangue, dados dietéticos e medidas antropométricas. Ainda, no ato da cirurgia, foram coletadas amostras de tecido adiposo visceral e subcutâneo. Foram mensurados a IL-6 e o TNF plasmáticos, bem como analisado o perfil de ácidos graxos dos tecidos e o perfil de macronutrientes, cálcio e ácidos graxos da dieta. A composição de ácidos graxos do tecido adiposo subcutâneo abdominal e visceral pré-cirurgia correlacionou-se com as concentrações de marcadores inflamatórios e parâmetros de perda de peso pós-cirurgia. Dentre as associações observadas, destacam-se o perfil pró- inflamatório dos ácidos graxos saturados C14:0 (subcutâneo e visceral) e C15:0 (visceral). Com relação à perda de peso, entretanto, os ácidos graxos C17:0 (visceral) e C22:0 (subcutâneo) exibiram correlação positiva. Da mesma forma, diversos ácidos graxos monoinsaturados (14:1, subcutâneo; 16:1, 17:1, ambos os tecidos; 18:1, 20:1, visceral) foram positivamente associados com as concentrações plasmáticas de IL-6. Além disso, os ácidos graxos linoléico (subcutâneo) e esteárico (visceral), foram preditores da perda de peso após 6 anos da cirurgia. Ademais, o ácido graxo linoléico foi correlacionado negativamente com as concentrações de IL-6 e positivamente com os parâmetros de perda de peso. O ácido graxo α-linolênico exibiu potencial anti- inflamatório quanto à concentração de IL-6. Quanto ao consumo dietético de ácidos graxos, as diferenças encontradas entre os tipos de cirurgia não refletiram as encontradas entre os tipos de tecido adiposo. No entanto, houve concordância entre os tipos de ácidos graxos abundantes na dieta e os abundantes nos tecidos, especialmente no tecido visceral. |