Restrição de crédito no meio rural de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Vilhena, Tamires Mascarenhas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9770
Resumo: A agricultura apresenta relevância central para o desenvolvimento econômico e para a superação da pobreza, sendo o acesso aos serviços financeiros importante ferramenta para a obtenção de maior lucratividade e de sustentabilidade da pequena produção. Adicionalmente, em especial dentre os produtores que não dispõem de recursos para poupar, o crédito se mostra importante também para a manutenção dos níveis de consumo e para a administração de gastos inesperados. No entanto, grande parte dos pequenos produtores brasileiros não teve acesso pleno ao crédito subsidiado, aos mercados, à assistência técnica e à tecnologia nem mesmo na era do auge do crédito rural voltado para a modernização agrícola. A partir dos anos 2000, houve significativa evolução do montante de crédito, com o avanço de programas específicos para o produtor agropecuário, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Ainda assim, o crédito permaneceu concentrado nas áreas mais desenvolvidas e integradas ao sistema financeiro, sendo que, os problemas que restringem o acesso ao crédito formal, como a assimetria de informação e a armadilha da pobreza, adquirem maior dimensão dentre a população rural. Diante da multiplicidade histórica, cultural e socioeconômica do estado de Minas Gerais e da importância da agropecuária familiar e patronal nos seus municípios, escolheu-se Minas Gerais como área de estudo. Primeiramente, construiu-se um índice de riqueza a partir das informações de acesso a serviços e posse de bens duráveis, disponíveis sobre os domicílios nos dados dos Censos Demográficos dos anos 2000 e 2010. Em seguida, avaliou-se a restrição de crédito das famílias rurais através da análise da significância da variável riqueza sobre as decisões intrafamiliares de (i) educação dos filhos, (ii) trabalho dos filhos e (iii) ser empregador, via modelo Probit. Finalmente, avaliou-se a relação do montante e do total de contratos do crédito rural total e do Pronaf com os coeficientes obtidos na análise anterior, através da análise de correlação. Os resultados indicaram que houve restrição de crédito no interior de Minas Gerais nos anos 2000 e que ela persistiu em 2010. Adicionalmente, foi averiguado que a restrição de crédito caiu entre 2000 e 2010, o que teve relação com o aumento do volume de recursos e de contratos do Pronaf, e que a restrição ocorreu de forma desigual entre as mesorregiões mineiras. O estudo demonstra que o aumento da disponibilidade de crédito se mostrou importante para a redução da restrição de liquidez no período, mas não de forma suficiente para restrição fosse superada, fato que indica a necessidade de melhorias (distribuição, disponibilidade, assistência) nos programas de crédito rural.