Insegurança alimentar e nutricional em duas perspectivas: índice de insegurança alimentar dos estados brasileiros e a mulher como chefe em diferentes configurações de divisão do tempo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Braga, Cícero Augusto Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22469
Resumo: A Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN) vem sendo objeto de estudo por estar diretamente ligado ao desenvolvimento social e econômico de uma nação. Entretanto, trata-se de um tema multidimensional, analisado a partir de três principais pilares: acesso, disponibilidade e suficiência. Consequentemente, as medidas disponíveis para o tema no Brasil ou se dão de maneira separada para cada um dos pilares ou são agregadas a nível nacional, tornando as evidências possivelmente inconclusivas ou incompletas. Desta forma, o primeiro artigo deste trabalho busca construir um índice de IAN para os estados brasileiros considerando os três pilares. A metodologia usada foi a adaptação do Global Food Security Index, valendo-se, porém, de diferentes bases de dados como Censo Demográfico, POF e Pnad, por exemplo. Os resultados confirmaram que os estados brasileiros apresentam comportamentos diferentes para cada uma das dimensões (acesso, disponibilidade e suficiência), justificando a criação do índice. Em linhas gerais, não é possível definir o estado de insegurança alimentar de cada um somente por uma ótica, exigindo análises mais complexas e políticas multisetoriais para conseguir superar o problema da IAN no país. Para além disso, é observado no Brasil uma relação paradoxal entre IAN e gênero, que mostram maior vulnerabilidade nos domicílios chefiados por mulheres, mesmo sendo a mulher a que melhor aloca os recursos intradomiciliares. Neste sentido, um segundo artigo investiga como se dá esta relação baseando-se em alguns pressupostos da feminização da pobreza. Especificamente, investiga como a estrutura laboral das mulheres – realização de trabalho remunerado e não remunerado –, bem como a divisão das tarefas domésticas, impacta na situação de IAN dos domicílios brasileiros. Para isso, utiliza-se dos dados da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) em um modelo probabilístico ordenado para captar os efeitos de diferentes configurações do uso do tempo. Os resultados comprovam a hipótese de que a divisão de tarefas domésticas é benéfica para o domicílio. Revelam, sobretudo, que o uso do tempo das mulheres, se otimizado, teria um impacto positivo no bem-estar do mesmo. Este relação foi observada em domicílios monoparentais e com presença de cônjuge. Apontou, sobretudo, que as jornadas duplas das mulheres configuram em sobrecarga tal que reduzem o tempo para a geração do bem estar. Por outro lado, quando controlado pela renda, a inserção no mercado de trabalho tem efeito positivo, apontando a importância de políticas de igualdade de gênero nos diversos âmbito.