Comportamento alimentar, alimentação e estado nutricional de crianças com transtorno do espectro autista da microrregião de saúde de Viçosa, MG
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/31062 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.315 |
Resumo: | O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um distúrbio do neurodesenvolvimento com impactos importantes na alimentação. Atinge uma em cada quatro crianças nos Estados Unidos e no Brasil sua prevalência não está ainda definida. Sabe-se que indivíduos com TEA têm maior risco de apresentarem dificuldades relacionadas ao comportamento alimentar, o que pode gerar deficiências nutricionais e comprometer o estado nutricional, especialmente prejudicando o crescimento de crianças. comportamento alimentar de crianças com TEA e sua associação com variáveis sociodemográficas, dietéticas e estado nutricional. Para efetuar tal objetivo, foram incluídas 90 crianças com idade de dois a dez anos com diagnóstico de TEA frequentadores de uma instituição da microrregião de saúde de Viçosa, MG. Realizou-se estudo transversal, exploratório, por meio da aplicação de questionário semiestruturado e recordatório de 24 horas em três dias não consecutivos. Foi utilizado o Índice de Massa Corporal/Idade (IMC/I) para descrever o estado nutricional. Avaliou-se a ingestão de caloria total, ferro, cálcio, zinco, fibras, ômega 3 e ômega 6, usando como referência as Recomendações de Ingestão Dietética de Referência (DRI). Foi utilizada a classificação NOVA para identificação dos alimentos ultraprocessados. O consumo de frutas e vegetais/legumes foi avaliado pelo formulário de marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Para avaliação do comportamento alimentar foi utilizada a Escala de Avaliação do Comportamento Alimentar no Transtorno do Espectro Autista. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do STATA®, versão 14.0, assumindo um nível de significância de 5%. Observou-se ao longo dos estudos que entre as características avaliadas pela Escala de Avaliação do Comportamento Alimentar no Transtorno do Espectro Autista, a seletividade alimentar teve maior ocorrência (57,8%), seguida pelas habilidades nas refeições (34,4%), motricidade na mastigação (25,6%), comportamento opositor (20,4%) e comportamento rígido (20%). As crianças sem excesso de peso se diferenciaram por apresentar menores escores para seletividade alimentar (p= 0,045) e quanto maior a seletividade, maior foi a prevalência de excesso de peso (RP: IC95%) (p= 0,038) e de não consumirem verduras ou legumes (RP: IC95%) (p= 0,003). Quanto maior o escore para comportamentos rígidos relacionados à alimentação, maiores prevalências de inadequação calórica (RP: IC95%) (p= 0,036), inadequação no consumo de fibras (RP: IC95%) (p= 0,001), maior consumo de cálcio (RP: IC95%) (p= 0,016) e menor consumo de zinco (RP: IC95%) (p= 0,002). Foi evidenciado consumo de alimentos ultraprocessados por todas as crianças com TEA, e houve prevalência de inadequação para todos os nutrientes analisados. Também, verificou-se no modelo final da análise de regressão logística que a ausência de consumo de frutas associou-se ao excesso de peso nessas crianças (RP: IC95%) (p= 0,018). Conclui-se que o comportamento alimentar das crianças com TEA associou-se à qualidade da sua alimentação e ao peso, o que denota necessidade de se garantir alimentação saudável e compatível com as especificidades do comportamento alimentar desse grupo. Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Comportamento Alimentar. Alimentação. Alimentos Ultraprocessados. Estado Nutricional. |