Filogeografia cariotípica e molecular de Geophagus brasiliensis (QUOY & GAIMARD, 1824) (Perciformes: Cichlidae) nas bacias do sudeste brasileiro: subsídios para a biogeografia histórica do táxon

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva Neto, Ariana da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28415
Resumo: Uma das espécies de ciclídeos que possui ampla distribuição nas bacias hidrográficas brasileiras é o Geophagus brasiliensis, popularmente conhecido como "acará" ou "cará", ocorrendo nas drenagens costeiras do leste e sul do Brasil e no Uruguai. A primeira descrição cariotípica dessa espécie foi realizada em 1977, desde então, outras populações de diferentes localidades foram analisadas e todas elas mostraram número diploide igual a 48 cromossomos (2n=48), entretanto, as morfologias cromossômicas apresentam variações no cariótipo e no número fundamental. A análise cariotípica de Geophagus brasiliensis foi realizada em 112 espécimes de quatro populações das bacias do Paraíba do Sul e Itabapoana. Foram usadas as técnicas de coloração convencional com Giemsa, NORs e hibridização in situ fluorescente (FISH) com as sondas de rDNA 18S e 5S e com a sonda de DNA repetitivo CA (15) . O número diploide foi 2n= 48 cromossomos, com variação no número fundamental NF= 52 ou NF= 56. Foram observadas três fórmulas cariotípicas diferentes: 4sm +28st +16a foi encontrada na localidade do rio Itabapoana-PCH Calheiros (bacia do Itabapoana); nas localidades rio Preto (bacia do Itabapoana) e rio Pinho (bacia do Paraíba do Sul) foi encontrada a fórmula 4sm+ 18st+ 26a; e a terceira fórmula cariotípica 8sm +12st +28a foi encontrada na localidade rio São Francisco do Glória (bacia do rio Paraíba do Sul). O número de NORs teve variação intrapopulacional, predominando indivíduos com marcação em um par cromossômico. A sonda de rDNA 18S confirmou o padrão obtido com o bandeamento NOR, exceto em uma população que o número de marcações de 18S foi menor que o das NORs. A localização da sonda de rDNA 5S manteve-se conservada em todas as amostras. As marcações utilizando a sonda de DNA repetitivo CA (15) , no geral, ocorreram nas regiões terminais dos cromossomos, com algumas marcações difusas ao longo dos cromossomos de todas as populações. Os resultados obtidos sugerem que os cariótipos com o primeiro par cromossômico heteromórfico estão restritos à bacia do rio Doce e que a bacia do Paraíba do Sul apresenta três citótipos alopátricos, diferindo no número de cromossomos submetacêntricos e no número de subtelocêntricos/acrocêntricos. As Análises filogenéticas e de máxima verossimilhança foram realizadas com base em um fragmento do gene COI. As hipóteses filogenética indicou a existência de dois haplogrupos (I e II) com bom suporte estatístico, e um terceiro haplogrupo (III), com baixo suporte. O haplogrupo I reuniu as populações das localidades das bacias dos rios Doce, Paraíba do Sul, Itabapoana e São Francisco. O haplogrupo II reuniu os espécimes do rio Mucuri e da bacia do Rio Doce. O haplogrupo III foi exclusivamente formado por amostras da bacia do Paraíba do Sul. A análise de variância molecular (AMOVA) mostrou que ocorre mais variação entre as populações dentro das bacias, do que dentro de cada população, com um valor de Fct não significativo de variabilidade entre as bacias. Com base nestes resultados, observa-se que a distribuição de G. brasiliensis nas bacias costeiras do sudeste brasileiro envolveu mais dispersão e menos vicariância do que uma espécie obrigatória de água doce, como Hoplias malabaricus.