Interações ecológicas da erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.) e seus artrópodes visitantes

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Martins, Elem Fialho
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Palavras-chave em Português: Varronia curassavica; Relação inseto-planta; Polinização por insetos; Essências e óleos essenciais; Entomologia Agrícola
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27141

Os compostos químicos presentes no óleo essencial de erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.) podem estar envolvidos na defesa constitutiva da planta contra o ataque de fitófagos e a favor de insetos benéficos, como predadores, parasitoides e polinizadores. Neste trabalho estudou-se a possível relação entre a ocorrência de artrópodes visitantes de erva-baleeira e compostos voláteis, bem como o serviço da polinização, visando a possível classificação da erva-baleeira como candidata a planta “companheira” de outras culturas principais. O trabalho foi dividido em dois capítulos. No capítulo 1 avaliou-se os artrópodes visitantes nas inflorescências de erva-baleeira ao longo do dia, bem como a importância da polinização e o teor/composição de óleo essencial de folhas de erva-baleeira coletadas em diferentes horários. No capítulo 2 avaliou-se o efeito de formigas presentes nas inflorescências para a frutificação da erva-baleeira. Os artrópodes encontrados com maior abundância foram predadores, seguido de fitófagos, polinizadores, saprófagos e parasitoides. Com o isolamento das inflorescências, impedindo o acesso de polinizadores, descobriu-se que a erva-baleeira é dependente da polinização, pois não ocorreu formação de frutos. A maioria dos compostos identificados no óleo essencial de erva-baleeira, demonstra frequência entre as amostras coletadas em diferentes horários. Porém, não houve diferença significativa no teor de óleo essencial extraído de folhas de erva-baleeira em diferentes horários, nem mesmo no teor de cada composto identificado. A atratividade de insetos visitantes da erva-baleeira não foi diretamente ligada à variação nas concentrações dos compostos nem mesmo à variação do teor de óleo essencial ao longo do dia. Um maior número de frutos maduros foi coletado em inflorescências sem o acesso de formigas. Porém, não houve diferença significativa no peso dos frutos maduros originados das inflorescências com ou sem acesso às formigas. Conclui-se que a erva-baleeira apresenta uma complexa associação com artrópodes mediada pelo fornecimento de recursos e que estas associações refletem no fitness da planta. Além disso, este estudo indica a erva-baleeira como forte candidata para plantio consorciado com outras culturas.