Efeitos de um programa de exercício físico prévio ao infarto do miocárdio sobre a morfologia e a função contrátil do ventrículo esquerdo de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Bozi, Luiz Henrique Marchesi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Mestrado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2328
Resumo: O estudo teve como objetivo verificar os efeitos de um programa de corrida em esteira realizado previamente ao infarto do miocárdio (IM) sobre a morfologia e função contrátil do miocárdio de ratos. Ratos Wistar com idade de 30 dias foram divididos em 3 grupos: infartado sedentário (INF SED, n=13), infartado exercício (INF EX, n=26) e infarto simulado (SHAM, n=12). Antes da cirurgia os animais do grupo INF EX foram submetidos a um programa progressivo de corrida em esteira (5 dias/semana, 60min/dia, 18 m/min einclinação de 10o) por 8 semanas. Após este período os animais dos grupos INFEX e INF SED foram submetidos a uma cirurgia para indução do IM (oclusão da artéria) e nos animais do grupo SHAM a artéria não foi ocluída. Quinze dias após a indução do IM, os cardiomiócitos localizados na borda (2mm) da área infartada de metade dos animais de cada grupo foram isolados por dispersão enzimática. Os cardiomiócitos foram estimulados a 0,5 e 3 Hz, em temperatura ambiente (~25ºC), para mensuração da função contrátil em diferentes concentrações externas de cálcio (0.6, 1 e 5 mM). O restante dos animais foi usado para obtenção dos registros hemodinâmicos. Após este procedimento os corações foram removidos, fixados e corados com Picrosirius red ou Tricrômico de Masson para análise histológica. Os resultados mostram que os animais exercitados tiveram melhor capacidade de corrida, comparados aos sedentários (P<0,05). O programa de corrida aplicado não reduziu significativamente a mortalidade dos animais infartados. O peso do coração, peso relativo do coração, peso do pulmão, peso relativo do pulmão e peso líquido pulmão foram maiores nos animais infartos em comparação com o SHAM, mas sem diferença entre os grupos INF SED e INF EX (P<0,05). Entretanto, a extensão do infarto e o conteúdo de colágeno no miocárdio sobrevivente foram reduzidos pelo exercício físico, apesar da densidade capilar não ter sido alterada (P<0,05). O comprimento, a largura e o volume celular foram maiores no grupo INF EX (P<0,05), quando comparado aos demais grupos. Os animais exercitados previamente apresentam maior amplitude de contração e velocidades máximas de contração e relaxamento, quando comparados ao grupo INF SED (P<0,05). Além disso, o exercício físico prévio aumentou a dP/dt+ e reduziu a dP/dt- (P<0,05). Conclui-se que o programa de corrida em esteira realizado previamente ao IM atenuou os efeitos deletérios do IM sobre a morfologia e a função contrátil do miocárdio. As principais adaptações do exercício: a) redução do tamanho do IM; b) atenuação das alterações provocadas pelo IM na amplitude de contração e aumento da velocidade do ciclo contração-relaxamento de cardiomiócitos isolados; c) aumento do comprimento, largura e volume dos cardiomiócitos; d) redução da deposição de colágeno no miocárdio sobrevivente; e) atenuação das alterações provocadas pelo IM nos parâmetros hemodinâmicos.