Interferências subletais de acaricidas em uma teia alimentar de cafeeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Teodoro, Adenir Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9842
Resumo: É conhecido que artrópodes que sobrevivem à exposição a pesticidas podem sofrer efeitos subletais. Estes efeitos podem ser manifestados através da redução do período de vida, diminuição da fertilidade, redução da fecundidade, mudanças na razão sexual, e nos comportamentos de alimentação e oviposição. Para estudar esses efeitos, este trabalho foi realizado em três etapas. Na primeira, foram estudados a toxicidade e o efeito de concentrações subletais dos acaricidas óxido de fenibutatina e enxofre na taxa instantânea de crescimento populacional (ri) do ácaro predador Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma (Acari: Phytoseiidae) e de sua presa, o ácaro fitófago Oligonychus ilicis (McGregor) (Acari: Tetranychidae). Posteriormente, a interferência de concentrações subletais desses acaricidas foi investigada no forrageamento de I. zuluagai a plantas de cafeeiro não atacadas, atacadas por O. ilicis ou por Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae), uma outra presa de I. zuluagai. Finalmente, investigou-se o efeito de concentrações subletais desses acaricidas na resposta funcional de I. zuluagai sobre formas imaturas de O. ilicis. Estes artrópodes compõem no cafeeiro uma teia alimentar na qual todos os componentes podem interagir. Os acaricidas foram pulverizados com uma torre de Potter e o forrageamento foi estudado com um olfatômetro de vidro em forma de “Y”. O ácaro predador I. zuluagai foi mais tolerante que O. ilicis aos acaricidas testados, porém teve a taxa instantânea de crescimento populacional mais afetada com o aumento das concentrações devido ao menor potencial reprodutivo. Nos experimentos de forrageamento, I. zuluagai distinguiu os odores de plantas não atacadas e plantas atacadas por O. ilicis. Porém, quando foram expostos a óxido de fenibutatina perderam a capacidade de distinção de odores. Iphiseiodes zuluagai expostos à água destilada e óxido de fenibutatina não discriminaram os odores de plantas atacadas por B. phoenicis. Os ácaros predadores que tiveram contato com enxofre se moveram a uma distância pouco maior que a do seu corpo e, portanto não foi possível estudar o forrageamento no olfatômetro. Iphiseiodes zuluagai apresentou uma resposta funcional do tipo II, nos experimentos onde o predador foi exposto à água destilada e óxido de fenibutatina. No entanto, os ácaros predadores expostos a óxido de fenibutatina apresentaram uma menor taxa de sucesso na procura de presas, e uma redução no consumo máximo de presas. Não foi possível investigar a resposta funcional dos ácaros predadores expostos a enxofre pelos mesmos motivos descritos acima. As concentrações subletais dos acaricidas óxido de fenibutatina e enxofre podem afetar o controle biológico de I. zuluagai sobre os ácaros fitófagos em cafeeiro. As possíveis implicações desses acaricidas no controle biológico natural e nas interações desta teia alimentar são discutidos.