Análise de fatores ergonômicos em indústrias do pólo moveleiro de Ubá, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Silva, Kátia Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9219
Resumo: Os ambientes e os postos de trabalho onde são realizadas as atividades de fabricação de móveis oferecem riscos que podem vir a comprometer a saúde, a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Os riscos ambientais físicos, os riscos químicos e os riscos relacionados à adoção de posturas inadequadas são os riscos comumente encontrados nesses ambientes. Além do que, nas atividades de fabricação de móveis, nem sempre os postos de trabalho, as ferramentas, as máquinas e os equipamentos são adequados às condições antropométricas dos trabalhadores, e nem estes são suficientemente treinados para utilizá-los corretamente. Visando à melhoria da saúde, da segurança e do bem-estar dos trabalhadores, esta pesquisa teve como objetivo fazer uma análise dos fatores ergonômicos relacionados ao processo de fabricação de móveis em indústrias do pólo moveleiro de Ubá, MG, por intermédio do levantamento dos fatores humanos relacionados ao trabalho e das condições de trabalho; da avaliação dos fatores físicos do ambiente de trabalho: ruído, luz e temperatura; do levantamento antropométrico; e da avaliação biomecânica das atividades. Os dados referentes aos fatores humanos e às condições de trabalho foram obtidos mediante a aplicação de questionários, na forma de entrevista, e de observações do local. Os dados antropométricos foram obtidos por meio de medições de variáveis do corpo humano na posição em pé. A avaliação biomecânica foi feita através da análise bidimensional, utilizando a técnica da filmagem do trabalhador em perfil e análise com o “software” desenvolvido pela Universidade de Michigan. Os níveis de ruído durante a jornada de trabalho foram determinados utilizando-se um dosímetro de ruído; os níveis de iluminância foram obtidos, no plano de trabalho, com auxílio de um luxímetro digital; e a sobrecarga térmica foi avaliada determinando-se o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG). Os resultados obtidos permitiram constatar que o treinamento e a conscientização dos trabalhadores têm fundamental importância para assegurar sua saúde, segurança e bem-estar, e como conseqüência obter melhor aproveitamento e qualidade dos produtos fabricados, beneficiando empregado e empregador. Os níveis de ruído encontrados foram elevados para a maioria das atividades, ultrapassando, para uma jornada de trabalho de 9 horas, o limite de 84 dBA, valor recomendado pela Legislação Brasileira para Atividades e Operações Insalubres (Norma Regulamentadora N015 - NR 15 -, Anexo 1, Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego). O IBUTG médio nos setores apresentou valores abaixo do limite máximo permitido pela NR 15, Anexo 3. A iluminância encontrada foi insuficiente para a maioria dos postos de trabalho do setor de acabamento, com valores abaixo dos recomendados pela Norma Brasileira NBR 5413/92. De acordo com os dados antropométricos, os postos de trabalho apresentaram, em média, altura fora dos limites adequados. Em relação à avaliação biomecânica, nenhuma das atividades oferecia riscos de compressão do disco L5-S1 da coluna vertebral. Quanto ao risco de lesão nas articulações do corpo, as atividades de grampeamento de fundos e tampos de guarda- roupas e de montagem de portas dos mesmos apresentaram riscos de lesão para a articulação do cotovelo. O mesmo resultado foi encontrado para a atividade de “soldagem a ponto” de móveis de aço, não sendo possível a realização das atividades com segurança, sem risco de lesão.