Competitividade das frutas brasileiras no comércio internacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Oranje, Marcos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8987
Resumo: A crescente demanda de frutas no mundo tem criado oportunidade para muitos países produtores abrirem seu mercado. Na década de 90, a fruticultura brasileira beneficiou-se de importantes transformações na economia, como abertura comercial, estabilidade econômica e mudança na política da taxa de câmbio. A estabilidade econômica foi importante para que a produção brasileira tivesse espaço para melhorar a qualidade das frutas, enquanto a abertura comercial ajudou a enfrentar a competitividade no mercado internacional. A necessidade de competir no mercado de frutas direcionou mudanças na forma de produção que atendesse às exigências dos mercados importadores com qualidade e segurança alimentar, a exemplo da implantação do sistema de produção integrada de frutas (PIF). Diante dessas transformações, o objetivo deste trabalho foi analisar a evolução da competitividade das exportações brasileiras de frutas, sob o foco da estrutura e diferenciação nas exportações brasileiras, por meio de indicadores de desempenho e eficiência, respectivamente. A análise é voltada para as questões acerca da competitividade das frutas diante da qualidade e do diferencial tecnológico e, em parte, para os vínculos existentes nas relações comerciais. O estudo considerou que as principais frutas destacadas na pauta de exportação brasileira, durante a década de 90, foram manga, mamão, banana, melão, uva, maçã e laranja. A metodologia baseou-se nos indicadores de vantagem comparativa revelada, de participação e de elasticidade de substituição. A estimação usou o Sistema de Regressões Aparentemente Não-Relacionadas (SUR). No Brasil, os indicadores de vantagem comparativa revelada foram positivos para todas as frutas, inclusive para maçã e uva, no final do período analisado, enquanto os países reexportadores, como Estados Unidos e Holanda, apresentaram desvantagem comparativa na exportação de melão e mamão, e de manga e maçã, respectivamente. A participação no mercado internacional de frutas destacou-se nos seguintes países: Espanha (melão e laranja), México (manga e mamão), Equador (banana), França (maçã) e Chile (uva). O Brasil apresentou participações crescentes na exportação de manga, banana, mamão, maçã e uva, e exportações decrescentes de melão e laranja, mas, na comparação entre as participações, continuou marginal. Os resultados mostram que as exportações de manga, banana e laranja foram competitivas no mercado internacional, enquanto a maçã, o mamão, o melão e a uva diferenciaram-se, de alguma forma, entre o Brasil e alguns dos principais exportadores. Em relação à preferência por determinados exportadores, não houve identificação da rigidez de mercado, traduzida em contratos de longo prazo. A oportunidade de inserir frutas menos tradicionais, como manga e mamão, é refletida na grande abertura dos mercados importadores, embora frutas tradicionais, como banana, maçã, uva, laranja e melão, enfrentem protecionismos. O diferencial competitivo da maçã, no Brasil, é no período de produção e abastecimento, que ocorre na entressafra dos países consumidores. A produção de banana, manga, melão e uva tem alcançado desenvolvimento no semi-árido, cujos custos são menores em relação aos principais países produtores que têm perspectivas tecnológicas para aumentar a competitividade. A produção de mamão ainda enfrenta restrições fitossanitárias, mas tem grande potencial para ampliar as participações. Este trabalho aponta que o Brasil apresenta tendência de crescimento na oferta de frutas in natura, embora sua participação ainda seja insignificante.