Gênese e mineralogia de solos no gradiente climático árido-hiperárido no Deserto do Atacama, Norte do Chile
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/29304 |
Resumo: | O Deserto do Atacama pode ser considerado o extremo de aridez no planeta, por conjugar as menores precipitações anuais registradas, e a mais longa história de aridez conhecida. Os solos de regiões áridas são relativamente pouco conhecidos, e em geral quanto maior a aridez, menor o nível de informações disponíveis. O Atacama é bem estudado do ponto de vista geológico e geoquímico, mas estudos pedológicos são raros. Este estudo se concentra em diferentes aspectos relacionados aos solos em um amplo gradiente climático seco no norte do Chile, incluindo a área core do deserto e áreas adjacentes (climas hiperárido, árido e semi-árido). Os solos dos diferentes conjuntos foram caracterizados morfológica, química, física e mineralogicamente, o que permitiu a discussão acerca dos principais fatores e processos envolvidos na sua gênese. O fator climático é importante no condicionamento dos processos de formação ao longo da climossequência. Teores de sais e matéria orgânica são correlacionados com a precipitação média anual, embora fatores geomorfológicos possam ter maior importância local. Sob clima semiárido os solos não são salinos, e ocorre colonização vegetal significativa e acúmulo de matéria orgânica. Sob os climas árido e semiárido a acumulação de minerais solúveis é o principal processo de formação dos solos. Bacias fechadas condicionam solos salinos em qualquer setor climático. O estudo dos regimes térmico e hídrico de um gradiente climático, pedológico e vegetacional de solos semiáridos de elevada altitude (>4500 m) apontam para um regime típico de ambientes periglaciais em todas as altitudes estudadas. Contudo, permafrost não foi detectado na profundidade dos solos. Fatores relacionados à altitude (temperatura média do ar e precipitação) são importantes na definição dos regimes pedoclimáticos, mas fatores locais, como textura dos solos e duração da radiação solar, também agem sobre o comportamento térmico e hídrico dos solos mais elevados. O estudo de distribuição e organização dos minerais solúveis nos solos submetidos aos climas árido e hiperárido evidenciou que a acumulação destes minerais é o principal processo de formação dos solos. No sistema hiperárido o processo de acumulação é muito avançado, e algum processo de redistribuição ocorre apenas dentro do perfil, com perdas negligenciáveis por lixiviação. No sistema árido, a intensidade do processo de acumulação varia em função da posição na paisagem. Nos solos bem drenados a acumulação coexiste com perdas por lixiviação, enquanto os solos mal drenados recebem sais provenientes de outros setores da paisagem. O processo de calcificação é generalizado na paisagem, embora pouco avançado. O processo de gipsificação é generalizado, e todas as fases do processo foram observadas – incluindo horizontes com gipsificação completa. O processo de salinização está vinculado à proximidade das fontes destes minerais, à posição na paisagem ou a taxas muito baixas de precipitação. |