Usuários, agentes comunitários e redes de interação: características, representações e dinâmicas na prática do PSF-Amoras, Viçosa-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Santos, Elizabete Bessa dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Mestrado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4954
Resumo: Passadas quase duas décadas após a estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda persiste o desafio da sua implementação de forma integral, respeitando e operacionalizando os seus princípios. No atual modelo de atenção básica à saúde, centrado na Estratégia Saúde da Família, a prática vivenciada tanto por profissionais como pela comunidade atendida se constrói, muitas vezes, com conflitos, dificuldades e estranhamentos, sendo importante a compreensão desses fenômenos para uma atuação mais integral e humanizada. Nesse sentido, o presente estudo, de natureza exploratória, objetivou compreender a relação, apreendendo informações, atitudes e comportamentos, existente entre os diferentes atores sociais (usuários e agentes comunitários de saúde - ACS) que interagem na atuação local de uma equipe do Programa Saúde da Família (PSF) do município de Viçosa-Minas Gerais. A pesquisa empírica foi realizada no bairro Amoras, localizado na periferia do município, entre fevereiro e dezembro de 2006. A metodologia utilizada compreendeu a consulta a dados secundários e documentos de referência e a análise qualitativa de dados construídos por meio da realização de entrevistas semi-estruturadas e observação direta. Os depoimentos dos distintos grupos pesquisados revelam representações associadas ao modo como cada grupo compreende e experimenta/vivencia o processo saúdedoença . Identificamos, também, uma hierarquia estabelecida entre os sujeitos tanto entre profissionais quanto entre técnicos e pacientes - em relação à sua função exercida no PSF, diretamente relacionada à sua formação técnica e científica, ou seja, à detenção de conhecimento , sendo essa mais nitidamente percebida entre os ACS e os usuários. Observamos a predominância do modelo da biomedicina tradicional no exercício da atenção à saúde, demonstrada pela autoridade delegada ao médico e pela supervalorização do medicamento, indicado como o meio de resolução de problemas de doença e, até mesmo, como referência ao estado de doença. Concluímos ser pertinente uma mudança na forma de relacionamento entre profissional e paciente, integrando o saber teórico dos meios acadêmicos ao saber do senso comum das localidades. Por fim, ressaltamos a importância de dois pilares do SUS: a humanização do atendimento, que procura respeitar e valorizar a participação e a autonomia do sujeito nas ações relativas ao seu bem- estar; e o princípio da integralidade, caracterizado pela assistência que procura ir além da doença e do sofrimento manifesto, buscando apreender necessidades mais abrangentes dos sujeitos. A concepção do processo saúde- doença , norteado por esses pilares, conduz à identificação dos problemas de saúde a partir do horizonte da população atendida, priorizando a relação interpessoal, o acolhimento entre os sujeitos e as habilidades de perceber as vulnerabilidades do indivíduo, nos cenários da família e da sociedade.