Óleo de capim limão, Cymbopogon flexuosus como anestésico para tetra negro, Gymnocorymbus ternetz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Caldas, Débora Werneck
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/22514
Resumo: Os manejos de captura, biometria, classificação e transporte desencadeiam respostas de estresse em peixes, como o aumento de cortisol, hiperglicemia, hiperlactacemia, aumento da ventilação branquial, distúrbios iônicos e metabólicos e redução da pigmentação da pele. A redução das repostas de estresse pode ser alcançada por boas práticas de manejo e pela utilização de aditivos na água como probióticos, sequestradores de amônia, sal comum e anestésicos/sedativos. Os anestésicos sintéticos são eficazes durante os manejos da criação e o transporte de peixes porém, podem causar perda de muco, irritação de brânquias e córneas, além da difícil obtenção e do custo relativamente alto. Dessa forma, é necessário avaliar produtos naturais, como óleos essenciais derivados de plantas, que sejam eficazes, seguros e redutores das respostas de estresse em peixes. Dentre óleos essenciais com potencial para serem usados como anestésico para peixes destaca-se o capim limão, Cymbopogon flexuosus, em função de suas propriedades ansiolítica, calmante e anestésica. O tetra negro, Gymnocorymbus ternetzi é uma espécie ornamental que, quando submetida aos manejos de rotina na criação de peixes apresenta respostas de estresse, evidenciadas pela redução da pigmentação da pele e consequente redução do valor de mercado. Com o objetivo de avaliar a eficácia e segurança do óleo de capim limão como anestésico para tetra negro foram realizados três experimentos. O primeiro experimento foi realizado para avaliar a eficácia do óleo de capim limão como anestésico, sendo mensurados os tempos de indução e recuperação da anestesia. Os peixes foram individualmente submetidos às concentrações de 0; 25; 50; 75; 100; 150 e 200mg/L de óleo de capim limão na água, além de um controle positivo com álcool etílico absoluto (3.600 mg/L). Após a indução à anestesia foi realizada biometria dos peixes (peso e comprimento) para simular situação de estresse que os peixes são comumente expostos durante os manejos de rotina na criação. O segundo experimento foi realizado para avaliar a segurança do óleo de capim limão durante exposição curta (5 min) em que os peixes foram individualmente expostos às mesmas concentrações do primeiro experimento. O terceiro experimento foi realizado para avaliar a segurança do óleo de capim limão por exposição prolongada (24h), em que foram utilizadas as concentrações de 5; 10; 20; 30; 40; 50; 60 e 70 mg/L. O tempo de indução à anestesia apresentou redução dose dependente, com a menor concentração estimada que induz anestesia profunda de 68 mg/L. O tempo de recuperação da anestesia não foi influenciado pelas concentrações de óleo de capim limão avaliadas. A glicose sanguínea após a anestesia apresentou redução dose dependente, o que indica provável efeito redutor das respostas de estresse. Durante exposição curta, o óleo de capim limão causou 20% de mortalidade dos peixes na concentração de 100 mg/L e 100% a partir da concentração de 150 mg/L. Durante exposição prolongada o óleo de capim limão causou mortalidade de 100% dos peixes em concentrações a partir de 10 mg/L. Portanto, o óleo de capim limão é eficaz como anestésico para tetra negro, e seguro em concentrações de até 75 mg/l durante exposição curta e 5 mg/L durante exposição prolongada. Concentrações a partir de 150 mg/L podem ser utilizadas para eutanásia de peixes.