Avaliação do papel de florestas primárias e secundárias no serviço ecossistêmico de regulação climática em regiões da Amazônia
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Meteorologia Aplicada |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/31569 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2023.324 |
Resumo: | Os ecossistemas florestais oferecem serviços indiscutivelmente essenciais para a manutenção do equilíbrio da vida na Terra. A perda da floresta e a modificação da cobertura e do uso da terra são fatores que contribuem para a degradação e alteração do serviço ecossistêmico de regulação climática prestado por esse tipo de ecossistema. Na Amazônia, esse serviço é fundamental para atividades agrícolas, mas pode ser reduzido com a perda florestal e mesmo com o surgimento da floresta secundária (FS), sua magnitude é incerta. Estudos observacionais mostram que a FS é o uso do solo que mais cresce na Amazônia e, geralmente, resulta do abandono de áreas com baixo teor de nutrientes para cultivo e previamente utilizadas para pastagem ou rotação (pousio) de terras cultiváveis. Diante disso, esse estudo teve como objetivo avaliar a mudança nos padrões de precipitação, temperatura da superfície terrestre (LST) e evapotranspiração (ET) nas áreas de FS em comparação com as áreas de floresta primária (FP) em três grandes regiões do bioma Amazônico e verificar a influência dessas coberturas na oferta do serviço ecossistêmico (SE) de regulação climática, dependendo da área de ocupação. Para isso, foram utilizados produtos de sensoriamento remoto com resoluções espaço-temporais elevadas. Com os dados de precipitação, foi calculada a anomalia residual de precipitação anual (ARPA) a fim de reduzir os efeitos da localização geográfica, elevação e variabilidade interanual. Nas análises das variáveis climáticas em função da área ocupada pelas coberturas florestais realizou-se o ajuste de modelos de regressão, para obter modelos matemáticos que descrevessem essa relação entre as variáveis. Os resultados encontrados indicam que, em geral, mesmo com a remoção dos efeitos de localização e fatores de larga escala da precipitação, ainda é possível verificar a influência, principalmente dos eventos de larga escala, nos feedbacks dos usos e coberturas da terra (LULC, da sigla em inglês). Comparando anualmente as respostas da FP e da FS, foi observado que, em geral, as regiões Central (CBA) e Leste do Bioma Amazônico (EBA) apresentam maior sensibilidade aos eventos climáticos El Niño Oscilação Sul (ENOS) e maior ET, em comparação com a região Sul do Bioma Amazônico (SBA). Como são regiões mais próximas ao Equador e com diferentes espécies florestais, sofrem com maior intensidade os impactos causados por esses eventos de larga escala e apresentam maior umidade, favorecendo o aumento da ET, do que a SBA. Além disso, verificou-se que a FP contribui mais para ocorrência de chuva, em relação à FS, na maioria dos anos e em todas as regiões.Analisando as respostas das coberturas nas variáveis climáticas, verifica-se que, em geral, a FS não consegue recuperar o SE de regulação climática ofertado pela FP na região CBA, apresentando ARPA inferiores, ET inferiores e temperaturas elevadas. Nas regiões EBA e SBA, coberturas pequenas e intermediárias de FS aumentam as chuvas em comparação com a FP, embora esse comportamento se inverta para coberturas elevadas. Já na SBA, as ARPA da FP e FS são bem próximas para coberturas pequenas e intermediárias, e para coberturas elevadas a FS apresenta precipitação superior à da FP. No entanto, esse comportamento pode ser influenciado pelo histórico uso do solo, condições edafoclimáticas, tipo de cobertura no entorno da FS e a distribuição espacial (fragmentada ou concentrada) das florestas ao longo da extensão das regiões. Essas informações, a serem refinadas em estudos futuros, podem contribuir para o avanço do conhecimento sobre os efeitos da cobertura de FP e FS no clima local e/ou regional e no desenvolvimento de políticas de conservação de ecossistemas e restauração de áreas degradadas. Espera-se que estes estudos possam subsidiar tomadas de decisões mais eficientes e baseadas não somente em estimativas de sequestro de carbono, mas também em estimativas de incremento na provisão de serviços ecossistêmicos de regulação climática. Palavras-Chave: Interação Biosfera Atmosfera. Serviço Ecossistêmico. Regulação Climática. |