Paternidades em construção: demandas de guarda de filho(a)s em processos judiciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Queiroz, Liliane Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9258
Resumo: A partir da análise de processos judiciais onde homens separados obtiveram a posse e guarda dos filhos, essa pesquisa pretendeu identificar as diferentes percepções em torno de paternidade e como a categoria família foi representada no campo jurídico. Elegemos o “estudo etnográfico” como método de análise dos grupos familiares através da leitura de nove processos que tramitaram na comarca de Ubá, entre os anos de 1999 e 2002, tomando como critério a permanência dos filhos sob a guarda do pai. O material elaborado nos estudos de caso realizados pela psicóloga judicial, em cada processo, se colocou também como fonte de dados. O referencial teórico trouxe da Psicanálise o conceito e determinantes da “função paterna”, em diálogo com os estudos de Antropologia referentes à construção social de gênero. Os homens estabeleceram relações de maior proximidade com os filhos, se comparadas àquelas mantidas em relação ao próprio pai, mostrando-se satisfeitos e recompensados diante dessa convivência. Tal construção se aproximou daquilo que vários autores denominaram de “novo pai”, ao passo que o exercício da masculinidade permanecia ligado ao modelo dito tradicional. Ou seja, esses homens vivenciaram lugares nitidamente marcados frente à masculinidade, ao mesmo tempo em que construíram uma paternidade diferenciada daquela exercida por seus pais, mobilizando qualidades e atributos considerados femininos em nossa sociedade.