História evolutiva das espécies do gênero Mycetophylax Emery, 1913 (Hymenoptera: Formicidae): formigas endêmicas de restinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Cardoso, Danon Clemes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética animal; Genética molecular e de microrganismos; Genética quantitativa; Genética vegetal; Me
Doutorado em Genética e Melhoramento
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1382
Resumo: As formigas do gênero Mycetophylax pertencem à tribo Attini e são restritas a ecossistemas de dunas da costa do oceano Atlântico. Estas formigas são um grupo taxonômico interessante para o estudo dos efeitos das mudanças climáticas e geológicas do passado sobre a evolução dos habitats abertos costeiros da Mata Atlântica, conhecidos como restinga. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi conduzir um estudo sobre a evolução do gênero Mycetophylax por meio de diferentes abordagens, a fim de fornecer informações sobre a diversificação e evolução destes organismos em ambientes abertos de dunas. Para atingir nossos objetivos conduzimos estudos de filogenia molecular, citogenética, e genética de populações, em um contexto evolutivo. As espécies foram caracterizadas citogeneticamente e seus cromossomos foram submetidos às técnicas de bandamento C e coloração por fluorocromos. A integração desses dados a uma hipótese filogenética permitiu a inferida de uma hipótese de evolução cromossômica para o gênero Mycetophylax. A análise filogeográfica de M. simplex permitiu testar o impacto das mudanças paleoambientais sobre a história das populações da costa brasileira sul e sudeste do Atlântico. Além disso, avaliamos como os eventos de regressão e transgressão marinha influenciou a estrutura demográfica desta espécie ao longo de sua área de distribuição. A hipótese filogenética inferida a partir dos genes nucleares wingless e long wave rhodopsin sugerem que o gênero Mycetophylax, em sua atual designação, é monofilético. As espécies M. simplex e M. conformis agruparam em um ramo que é grupo irmão de M. morschi e todas as espécies formam um grupo monofilético com alto suporte estatístico. M. morschi apresentou dois cariótipos, com colônias 2n=26 e 2n=30. M. conformis e M. simplex apresentaram o número diploide de cromossomos igual a 30 e 36, respectivamente. Observou-se que os resultados dos padrões de bandamento cromossômico concordam com a hipótese de filogenia molecular inferida para o gênero. O cariótipo ancestral estimado por meio da abordagem filogenética bayesiana foi n=17. Este resultado sugere que eventos de fusão cromossômica estiveram envolvidos na redução dos cariótipos de M. morschi e M. conformis e fissão cromossômica em M. simplex. A genealogia do gene mitocondrial citocromo oxidase I (COI) de M. simplex sugeriu uma baixa estrutura filogeográfica. Os haplótipos estiveram distribuídos em toda a sua área de distribuição ao longo da costa do Atlântico. Não foram identificadas barreiras evidentes ao fluxo gênico entre as populações de M. simplex e elas parecem ter experimentado um longo período de estabilidade demográfica até expansões populacionais recentes. Estas expansões foram coincidentes com os níveis mais baixos do oceano durante o Quaternário. Esses resultados oferecem evidências adicionais convincentes de que os habitats abertos da costa do Atlântico Sul foram ambientes dinâmicos que influenciaram a diversificação e distribuição das espécies.