Entre o ensino e a gestão: O burocrata híbrido na gestão universitária
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Administração |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/30401 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.565 |
Resumo: | Esta pesquisa aborda a função híbrida dos professores públicos na universidade pública, especificamente a do professor Chefe de Departamento em uma universidade pública federal. A estrutura burocrática da universidade é composta por: alto escalão, médio escalão e burocratas de rua. Dentre os burocratas de nível de rua destacam-se os professores universitários, que realizam a entrega direta de políticas públicas aos estudantes, mediando os processos de ensino e aprendizagem. Quando se torna chefe de departamento, o professor torna-se um gestor, dividindo-se entre as demandas gerenciais de interesse da alta administração e demandas locais, sejam dos pares, estudantes ou técnicos-administrativo sob sua subordinação, tornando-se assim um burocrata híbrido, um burocrata de nível de rua, enquanto professor, e burocrata médio, como gestor. O objetivo da pesquisa é compreender como os Chefes de Departamentos da Universidade Federal de Viçosa legitimam sua atuação na gestão universitária e na burocracia de nível de rua ao assumirem esses dois papéis simultaneamente. Esta pesquisa possui abordagem qualitativa, caráter descritivo e ainda um estudo de caso, tendo, como universo para análise, a Universidade Federal de Viçosa, por meio de entrevistas com os Chefes de Departamentos. A coleta de foi realizada por meio de fontes primárias, entrevistas, e secundárias, site institucional e pesquisa documental que aborde aspectos institucionais de estrutura e gestão. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas por meio eletrônico com 26 dos 38 Chefes de Departamentos da UFV, Campus Viçosa. Os dados coletados foram submetidos a uma análise de conteúdo, com definições de categorias analíticas. Dentre os achados da pesquisa, as representatividades dos chefes de departamento encontramos a representatividade passiva e ativa. A representatividade passiva em relação a gênero e idade, onde os chefes de departamento representam demograficamente os grupos presentes na universidade, onde sua distribuição é proporcional aos demais docentes da instituição e a representação ativa ao atender os interesses do grupo social ao qual pertence, onde o chefe de departamento representa os interesses dos seus pares. A forma de legitimação que mais se destaca entre os chefes é a tomada de decisão através do colegiado e também pela institucionalização, ou seja, os chefes que entendem como legitimação o cumprimento das normas, regras e legislação. Conclui-se que os burocratas híbridos, chefes de departamento, legitimam sua atuação na gestão universitária através da tomada de decisão compartilhada via departamento e no cumprimento da legislação e das regras institucionais. Eles são representantes dos seus pares, e apresentam características da burocracia de nível de rua também no seu papel de gestor, sendo possível classificar o departamento como uma organização de nível de rua uma vez que as funções dos gerentes de rua estão no dia a dia do chefe de departamento. Os desafios enfrentados por esses gestores são a falta de conhecimento do cargo ao assumir a função, falta de treinamento, possuem pouco tempo para as atividades de gestão e precisam conciliar seu tempo com as atividades de docência, lidar com os conflitos e à gestão de divergências relacionais de subordinados, administrativas e pessoais. Palavras-chave: Gestão Universitária. Burocrata Híbrido. Burocracia de Nível de Rua. |